Paschoal Piragine Jr.

Teólogo, Escritor e Pastor da Primeira Igreja Batista de Curitiba.

Há vários anos atrás, pude participar de uma consulta internacional sobre o avanço do Reino de Deus na terra. Entre as tantas coisas que discutimos ali, ficou claro para nós que seria necessário que em todos os países do mundo, cristãos comprometidos com o Reino e que militassem nas áreas jurídicas de suas nações pudessem criar uma rede dinâmica e atuante, na defesa dos assuntos de interesse do Reino de Deus, bem como de irmãos que por causa da sua fé estivessem sofrendo perseguições.

Naquele tempo tínhamos notícias da perseguição religiosa no mundo e elas já eram alarmantes. Em um outro congresso internacional, somente entre os Batistas, lembro-me de ter recebido um prego, que nos remetia aos cravos da cruz de Cristo, enquanto na tela víamos uma imensa lista de nomes e lugares onde irmãos nossos, membros daquela denominação, haviam sido mortos por causa de sua fé.

Mas os pesquisadores da história da Igreja afirmam que em nenhum outro tempo da história houve tantos mártires da fé quanto nos dias de hoje.

Quem não vai se lembrar dos 21 cristãos degolados diante do mundo, nas telas da televisão de toda a terra? Um amigo nosso do Egito afirmou: “louvo a Deus porque os soldados do Exército Islâmico não cortaram o som e pudemos ouvir os nossos irmãos glorificando a Jesus enquanto eram mortos por causa da sua fé.

Se de um lado a coragem destes irmãos é testemunho e louvor ao nosso salvador, de outro lado é um grande apelo à Igreja para que esta se levante para agir em amor, socorrendo e transformando esta realidade.

A crueldade destas cenas tem impactado até o mundo muçulmano, e por isso o sangue desses mártires tem produzido o maior crescimento em conversões de muçulmanos em todo o mundo. Isto porque a crueldade destes movimentos não atinge somente cristãos, mas também outras facções muçulmanas.

Hoje ao ver a ANAJURE se levantando como um santo movimento de homens e mulheres que atuam no campo da justiça para defender os interesses do Reino de Deus e de pessoas perseguidas pela intolerância religiosa, louvo a Deus e os vejo como a resposta à nossa oração feita naquela consulta quando especificamente oramos para que no Brasil alguém se levantasse com este propósito.

Este livro é reflexo desta missão! Ele fala da problemática dos refugiados através de testemunhos tocantes de alguns que puderam ser resgatados, mas nos faz lembrar as centenas de milhares, ou talvez milhões, que precisam sentir o nosso apoio no lugar onde estão.

Pessoalmente, estou envolvido com este projeto. Nossa Igreja responsabilizou-se por duas famílias de refugiados e participa com outras entidades e pessoas do amparo e recolocação profissional de mais 30 irmãos oriundos da Síria.

Em uma recente reunião de representantes de cerca de 80 igrejas do mundo, iniciamos um movimento de socorro missionário em lugares de perseguição no Oriente Médio e África. Recursos e pessoas tem sido mobilizados para chegar à tempo de fazer diferença na vida destes nossos irmãos.

Ao ler estes testemunhos eu espero que você sinta a necessidade de fazer alguma coisa prática a favor desta causa.

Hoje tenho a certeza que não conseguiremos trazer todos eles para qualquer nação da terra, mas sinto que precisamos nos envolver na formação do maior movimento missionário de socorro aos refugiados do mundo que a igreja já organizou.

Precisamos ser irmãos que se doam indo, levando socorro, reconstruindo suas vidas e ao mesmo tempo providenciado lugares seguros para que estas pessoas possam viver a dignidade de serem pessoas humanas, criaturas do Deus vivo, filhos do altíssimo.

Sempre que nos vemos diante de desafios maiores que a nossa capacidade, sofremos a tentação da imobilidade ao imaginar que qualquer ação nossa será insignificante diante da necessidade. Mas o que tenho aprendido na obra de Deus é que fazemos a nossa parte e o especialista em milagres, o nosso Senhor Todo-poderoso, fará o imponderável aos nossos olhos.

Tome cuidado! Ao ler este livro você estará abrindo os seus ouvidos para ouvir o clamor do Senhor para que você se una a Ele para socorrer o Seu povo. Assim como a Moisés, Ele o está chamando também.

Disse o Senhor: “De fato tenho visto a opressão sobre o meu povo no Egito, tenho escutado o seu clamor, por causa dos seus feitores, e sei quanto eles estão sofrendo. Por isso desci para livrá-los das mãos dos egípcios e tirá-los daqui para uma terra boa e vasta, onde manam leite e mel... Vá, pois, agora; eu o envio ao faraó para tirar do Egito o meu povo... (Êxodo 3:7-10 NVI)

Leonardo Quintão

Deputado Federal, Presidente da Frente Parlamentar Mista para Refugiados e Ajuda Humanitária (FPMRAH), e membro do Comitê de Liderança do Painel Internacional de Parlamentares pela Liberdade Religiosa (International Panel of Parliamentarians for Freedom of Religion or Belief – IPPFoRB).

Esta obra, Refugiados no Brasil¸ segunda publicação da ANAJURE Publicações, selo editorial da Associação Nacional de Juristas Evangélicos (ANAJURE), representa um marco histórico na literatura brasileira, por abordar com linguagem simples e profunda o dilema de milhares de pessoas ao redor do mundo que se encontram refugiados ou em busca de um lugar de refúgio, vítimas de perseguição religiosa, guerras, desastres naturais, fome ou qualquer outra situação de calamidade.

É passada a hora de os países, a sociedade civil e os indivíduos se solidarizarem com essa causa. Esta obra tem um papel inigualável de despertar a atenção de todos os leitores para uma realidade que muitas vezes passa despercebida, mas que demanda o nosso mais alto apreço e reflexão.

É pautado nesses ideais e visão que temos trabalhado incansavelmente nesta causa através da Frente Parlamentar Mista para Refugiados e Ajuda Humanitária.