Ataque armado à igreja de Mombasa mata pelo menos seis e deixa 21 feridos

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Pelo menos seis pessoas morreram desde que homens armados e mascarados atacaram uma igreja no último domingo (23), na segunda maior cidade do Quênia, ferindo pelo menos outros 21 homens.

Cerca de quatro homens atingiram a Igreja Joy Jesus Pentecostal, na região do Sinai, em Likoni, no território principal ao sul do coração da ilha da cidade, durante uma manhã de culto dominical, matando o Co-Pastor da igreja, Philip Masela Ambesta. Dois deles também forçaram a sua entrada na igreja a partir de uma porta dos fundos, após matar o vigia, de 60 anos de idade.

“É doloroso que alguém possa entrar andando numa igreja e atirar balas, matando outras pessoas, inclusive crianças que estavam no local. Isso é totalmente inaceitável e a comunidade Mulçumana precisa fazer alguma coisa para que acabe”, disse o Bispo Benson Muthama da Pentecostal Church Act em Mombasa Island para o World Watch Monitor, durante uma entrevista na manhã após o ataque.

O bispo Católico de Malindi e Administrador Apostólico de Mombasa disse: "De acordo com o que me disseram, um homem armado veio atirando da porta dos fundos da igreja, enquanto que os outros dois cúmplices estavam no portão principal para evitar que os fiéis escapassem. Quatro pessoas morreram no incidente e outras 21 ficaram feridas".

Recentemente, as igrejas da cidade estiveram sob ameaças crescentes e ataques de suspeitos Islâmicos, de acordo com os líderes da igreja.

A partir dessas tendências, de acordo com Benson Muthama, os Islâmicos radicais pareciam estar dando o sinal de que eles não iriam mais tolerar Cristãos na ilha.

Foi apenas na semana passada que a polícia de Mombasa prendeu duas pessoas que dirigiam um carro com duas bombas improvisadas e escondidas, depois de morrerem. O alvo ainda não foi identificado, mas o incidente emergiu para um contínuo estado de alerta.

Os dois grupos religiosos coexistiram em paz por anos, até que o Quênia enviou tropas à Somália em nome dos militantes do Al-Shabaab, que controlaram boa parte do vizinho Queniano na região nordeste, deixando esse território como um "Estado falido". Quando o Quênia enviou sua milícia, em outubro de 2011, acusou os militantes da Somália de atacar, matar e sequestrar seus cidadãos assim como trabalhadores estrangeiros que estavam ajudando nas atividades da região.

Também há casos de alta relevância, envolvendo o arrebatamento de turistas de resorts no Quênia, prejudicando a economia e a projeção internacional do país. Como fora reportado pela agência privada de inteligência dos Estados Unidos, em maio de 2012, os líderes do Al-Shabaab imediatamente alertaram que sangue será derramado nos municípios do Quênia, que os arranha-céus de Nairobi cairão e que os frágeis cidadãos do Quênia vão desesperar-se de medo.

Desde então, uma série de ataques envolvendo granadas e bombas improvisadas tem atingido as igrejas de Nairobi, Mombasa e Garissa (perto das fronteiras do Quênia com a Somália). Em setembro de 2013, Islamistas radicais declararam responsabilidade pelo ataque terrorista que atingiu o Westgate Shopping Mall em Nairobi, onde um homem armado do Al Shabaab matou pelo menos 67 pessoas, ferindo outras 175.

Ao passo que Cristãos começaram a ser recrutados para igrejas nos domingos, os atacantes começaram a caçar igrejas para serem atacadas na área, de acordo com o relato do Rev. Wilybard Lagho, Vigário-Geral da Diocese Católico Romana de Mombasa.

Em outubro de 2013, um líder da RGC em Mtopanga, perto de Mombasa, foi atingido e morto dentro da igreja, enquanto se preparava para os cultos dominicais. A sua morte aconteceu dias depois que Mombasa testemunhou o pior tumulto em anos recentes depois dos tiros contra um Mulçumano chamado Imam, Ibrahim Rogo, acontecido mesmo depois do ataque do Westgate mall.

De acordo com o Rev. Lagho, este último ataque no dia 23 de março foi bem planejado: “Acho que eles querem colocar medo nos Cristãos, mas pedimos aos nossos fiéis que fiquem calmos e não percam a esperança”, contou ele ao World Watch Monitor. “Também achamos que isto é feito para fazer separação entre Cristãos e Muçulmanos na região e também afugentar turistas”.

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FONTE: World Watch Monitor
TRADUÇÃO: Ana Sofia l ANAJURE

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