ANAJURE denuncia à Comissão Interamericana de Direitos Humanos ataques a templos religiosos no Chile

Nesta quinta-feira (22), o departamento jurídico da ANAJURE submeteu à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) um relatório contendo denúncias de uma série de ataques contra templos religiosos no Chile, incluindo a destruição dos prédios das igrejas San Francisco de Borja e a de La Assunción, na capital chilena, Santiago, em 18 de outubro de 2020.

O documento é assinado pela ANAJURE e Advocates Chile, ambas membros da FIAJC (Federación Interamericana de Juristas Cristianos), chamando a atenção da CIDH para o fato de que os ataques a templos religiosos não estão limitados aos dois incidentes de outubro do corrente ano. A ANAJURE documentou violações desde 2015, que você pode conferir na lista da tabela deste link, com data, igreja e fonte da notícia. São incêndios, depredação de objetos de culto e, em alguns casos, a completa destruição dos templos.

A ANAJURE destaca que desde outubro de 2019, a República de Chile tem vivido grande comoção social, marcada por confrontos entre os agentes do Estado do Chile e manifestantes. Estes enfrentamentos têm sido caracterizados por atos de violência e vandalismo, inclusive a templos religiosos. Como informam organizações de defesa dos Direitos Humanos, só de outubro de 2019 até o presente momento, mais de 57 templos religiosos foram alvo de ataques.

Permanece também sem solução diplomática o problema entre o Estado do Chile e povos indígenas, cujo conflito tem maior repercussãona IX Região do Chile com o povo Mapuche, grupos violentos na área de Araucanía, que atacaram e queimaram em junho de 2019 mais de 40 templos, afetando comunidades religiosas composta principalmente por Mapuches rurais, transformando-os em minoria dentro de suas próprias comunidades.

Neste sentido, a ANAJURE reforça que a omissão do Estado chileno caracteriza uma proteção insuficiente aos locais de culto, e, por consequente, à liberdade religiosa. Por conta dessa omissão, a ANAJURE defende que haja intervenção da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, e pede que a mesma: emita medidas cautelares para garantir a proteção aos locais de culto religioso em território chileno; e requeira ao Estado do Chile a adoção das medidas necessárias à proteção os templos religiosos.