Egito – ataques sectários aumentam conforme a violência continua

EGITO

A Christian Solidarity Worldwide (CSW) está profundamente preocupada com a contínua violência no Egito, que deixou mais de 830 mortos, incluindo 70 policiais. Pelo menos 60 igrejas têm sido alvo, juntamente com as escolas Cristãs, residências, empresas e até um orfanato.

Em Minya, Beni Suef, Fayoum e Assiut, casas e empresas cristãs tem recebido folhetos alertando-os para partir ou enfrentar represálias por Islâmicos. Há também relatos de lares e empresas Cristãs em Minya sendo marcados com um X preto como forma de individualizá-los para o ataque.

Em um incidente particularmente perturbador relatado pela Associated Press, os Islâmicos atacaram e saquearam uma escola Franciscana em Beni Suef e desfilaram com três freiras como "prisioneiras de guerra", enquanto duas outras funcionárias foram assediadas sexualmente e abusadas. Igrejas que foram atacadas ou destruídas durante a recente onda de violência não foram capazes de realizar reuniões no domingo, enquanto outros cancelaram suas reuniões por medo de ataque. Os relatórios do Egito Independente informam que o convento Padre Ibram e Virgem Maria em Degla, sul de Minya, não realizaram orações no domingo, pela primeira vez em 1.600 anos. No entanto, há cada vez mais relatos de muçulmanos moderados que estão prestando assistência aos cristãos.

Pelo menos sete cristãos foram mortos e muitos mais feridos desde a destituição do ex-presidente Morsi pelos militares em 3 de julho. Islâmicos culparam Cristãos Coptas por conspirar na remoção do ex-presidente, chamando para ataques de retaliação. Uma página do Facebook que supostamente pertence ao Partido Liberdade e Justiça (FJP – sigla em inglês) em Helwan, Cairo, declarou: "O Papa da Igreja está envolvido na remoção do primeiro presidente Islâmico eleito. O Papa da Igreja alega que a Sharia Islâmica (nome que se dá ao código de leis do islamismo) é ultrapassada, inflexível e reacionária." Ele passou a dizer: "Após tudo isso as pessoas perguntam por que eles queimam as igrejas." O FJP negou incitar a violência sectária, denunciando uma série de páginas do Facebook como falsas.

Autoridades egípcias confirmaram que 36 Islâmicos morreram sob custódia da polícia, enquanto ao menos 24 policiais foram emboscados e mortos na região do Sinai.

O assessor de imprensa da CSW, Kiri Kankhwende disse: "Nós enviamos nossas condolências aos que perderam seus entes queridos, independentemente da sua filiação política ou religiosa. A segmentação sectária da comunidade Copta por partidários de Morsi, em retaliação deslocada pelas ações do exército, não pode ser dissociada da contínua campanha de difamação e desinformação que emana de figuras-chave da Fraternidade sobre o papel da Igreja na expulsão de Morsi. Tanto a violência como a desinformação que eles alimentam são inaceitáveis ​​e devem ser condenadas com veemência. Ao mesmo tempo que é profundamente encorajador ouvir que Muçulmanos moderados vieram prestar assistência a seus vizinhos Cristãos, a responsabilidade de proteger reside em última análise, com as autoridades egípcias. Portanto, renovamos nosso apelo para que o governo interino garanta a segurança abrangente para todos os egípcios, e também pedimos para orarem pela paz e reconciliação ".

 

 

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FONTE: CSW
TRADUÇÃO: ROMULO MOURA

 

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