Meriam Ibrahim chega à Itália

Merian

Meriam Ibrahim e sua família chegaram em segurança à Itália após acusações criminais contra ela e seu marido terem sido retiradas e ser permitida a saída deles do Sudão.

Em 24 de junho, Ibrahim e seu marido, Daniel Wani, foram detidos quando tentavam deixar o Sudão e, posteriormente, foram acusados de falsificação e de dar informações falsas sob os artigos 123 e 97 do Código Criminal de 1991, devido a supostas irregularidades em seu documentos de viagem. Fontes informaram à CSW que estas acusações foram retiradas, deixando o caminho livre para que a família deixasse o país. Eles partiram às 4 da manhã, horário local, em um avião do governo italiano, acompanhados do Vice-Ministro Italiano de Relações Estrangeiras. Meriam e sua filha viajaram com passaportes emitidos pelas autoridades sudanesas e a CSW foi informada que a família poderá viajar para os EUA.

Em 23 de junho, a Corte de Apelação revogou uma decisão da Corte de Ordem Pública em El haj Yousif, Cartum, de sentencia-la à morte por apostasia e a 100 chibatadas por adultério. A Corte de Apelação reconheceu o casamento de Meriam com Daniel Wani e ordenou sua libertação imediata. Entretanto, no dia seguinte, ela e seu marido foram detidos no Aeroporto de Cartum pelos Serviços de Segurança e Inteligência Nacional.

Meriam nasceu no oeste do Sudão, filha de pai muçulmano e mãe etíope ortodoxa. Seu pai deixou a família quando ela tinha seis anos e sua criação na infância foi direcionada ao Cristianismo. O caso contra ela começou quando supostos membros da família dela fizeram chegar ao conhecimento das autoridades sudanesas o seu casamento com Daniel Wani, um cristão com dupla cidadania, sudanesa e americana. O Morning Star News relatou que Ibrahim testemunhou na corte em 4 de março que há muito tempo era cristã, levando sua certidão de casamento, a qual a classifica como cristã, como uma evidência. Três potenciais testemunhas de sua região foram à corte, mas não tiveram permissão para testemunhar.

Alguns supostos membros de sua família tentaram desafiar a decisão da Corte de Apelação de liberta-la; no entanto, a CSW foi informada que esta questão também foi resolvida. Seus advogados continuam a enfrentar ameaças de extremistas por estarem trabalhando no caso. Nos últimos dias, extremistas protestaram e reiteraram que matariam Ibrahim e qualquer um que a ajudasse. De acordo com um advogado, uma das pessoas envolvidas neste protesto foi presa.

O Diretor Executivo da CSW, Mervyn Thomas, disse: “Estamos contentes pela decisão de encerrar os casos contra Meriam Ibrahim e seu marido, e permiti-los sair do país. Nós parabenizamos o governo italiano por sua intervenção efetiva em favor desta família. Entretanto, a anomalia legal que permitiu o processo e a perseguição a Ibrahim e sua famíliaainda continua a existir. Para prevenir casos futuros como o dela, nós instamos as autoridades sudanesas a manter o direito de liberdade de religião ou crença para todos os seus cidadãos, como garantido na Constituição Interina do Sudão e em estatutos internacionais dos quais a nação é parte integrante. As autoridades sudanesas devem também assegurar que os defensores de direitos humanos estejam aptos a praticar sua profissão sem serem vítimas de assédio ou intimidação”.

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FONTE: CSW
TRADUÇÃO: Jorge Alberto l ANAJURE

 

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