"Padre italiano desaparecido ainda está vivo", diz arquidiácono assírio no Parlamento Europeu

Paolo_500_x_334                                                                   Pe. Paolo Dall'Oglio na Itália em 2012.

 

De acordo com um sacerdote Assírio que falou no Parlamento Europeu no início de outubro, o padre jesuíta italiano Paolo Dall'Oglio, que desapareceu na Síria há alguns meses, ainda está vivo, 

O Arquidiácono Emanuel Youkhana da Igreja Assíria do Oriente disse que os últimos relatórios de dentro da Síria mostravam que o padre Paolo Dall'Oglio está vivo, embora nenhum detalhe a mais tenha sido dado sobre a sua condição.

A Reuters informou em 29 de julho que Dall'Oglio havia sido sequestrado por islâmicos ligados à al-Qaeda no norte da cidade Síria de ar-Raqqah, mas o Vaticano não confirmou a notícia.

Um mês depois, vários relatos alegaram que o padre havia sido morto, apesar de o Vaticano não haver se manifestado.

O Observatório Sírio de Direitos Humanos pró-oposição, sediado no Reino Unido, informou recentemente que o padre foi sequestrado após uma visita à sede do grupo rebelde do ISIS (Estado Islâmico no Iraque e na Síria, ligado à Al-Qaeda), assim como All4Syria – uma agência que funcionava de forma online com notícias anti-Assad, por vários anos antes da eclosão da guerra na Síria.

Dall'Oglio não é o único padre na Síria cujo paradeiro e estado viraram manchetes nos últimos meses. Os Bispos Yohanna Ibrahim e Boulos Yaziji foram sequestrados em abril e ainda não foram libertados.

Pe. Youkhana era um palestrante convidado para apresentação de um relatório, "Avaliação da Vulnerabilidade dos Cristãos da Síria" em uma sala lotada de parlamentares de Bruxelas, políticos e ONGs das Portas Abertas Internacional (Open Doors International – uma organização internacional que trabalha para apoiar os cristãos perseguidos por sua fé ao redor do mundo, e tem vindo apoiar os parceiros e igrejas na Síria desde 2008).

Atualmente há uma campanha em 13 países chamada 'Salve a Síria’, com mais de 150 mil assinaturas em um abaixo-assinado para que os governos ocidentais mantenham atenção sobre a situação da Igreja.

Além dos seqüestros das principais figuras Cristãs no interior do país, a situação para a minoria Cristã da Síria é precária.

A porta-voz do Portas Abertas, Esther Kattenberg, disse que os Cristãos da Síria estão "espremidos" entre uma rocha e um lugar duro, sem se sentir confortável com o atual governo de al-Assad amplamente condenado, e nem com as várias facções – muitas das quais são islâmicas e com ligações com a Al-Qaeda – que compõem a oposição.

Pe. Youkhana disse que os cristãos da Síria, como os do Egito, estão desesperados por uma "terceira opção". Eles não querem viver no interior de um Estado policial ou uma ditadura militar, mas também não querem viver sob a lei islâmica.

Youkhana acrescentou que a minoria cristã não foi convidada para dentro do país que precisava ser apaziguado, mas faz parte da própria origem do país, cuja existência remonta ao primeiro século.

Como tal, ele disse que eles mereciam ser tratados integralmente como parte do futuro da Síria e que uma solução política deve ser encontrada. Ele disse que muitos deles estão se perguntando se têm um futuro no país, ou se as suas vozes serão ouvidas. Para o Pe. Youkhana, a resposta para ambas é um retumbante "sim".

Relatos de muitos líderes eclesiásticos Sírios dizem que, sob o stress de guerra e sofrimento, eles estão encontrando uma unidade de missão e propósito que não tinham experimentado antes.

O Presidente da Comissão de Assuntos Externos do Parlamento Europeu, Elmar Brok, os visitou brevemente para manifestar apoio à iniciativa da reunião.

Membro do Parlamento Europeu (MEP), Ria Oomen-Ruijten, da Holanda, disse que o Parlamento Europeu tinha se preocupado com a situação dos Cristãos da Síria desde outubro de 2011 e tem sido "consistente" por toda parte. Ela acrescentou que uma solução política, democrática ainda é a melhor chance de recuperação futura da Síria.

Youkhana pediu que a reunião internacional proposta em Genebra para discutir a Síria não se torne um acordo entre os grupos extremistas, e apelou à UE para usar a sua influência para que as minorias possam se manifestar. Um representante de assuntos estrangeiros da UE, Maciej Golubiewski, do Serviço Europeu de Ação Externa, disse que concordava que este deve ser o curso de ação da União Europeia, embora ele tenha se recusado a fazer promessas.

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FONTE: WORLD WATCH MONITOR
TRADUÇÃO: ROMULO MOURA

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