“Viver na Coreia do Norte é como viver em outro universo”, afirma jovem norte-coreana que fugiu do país

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No último dia 18, a organização Jubilee Campaign participou de um painel de discussão organizado pela Missão dos EUA para as Nações Unidas, onde quatro mulheres norte-coreanas compartilharam seus testemunhos sobre as atrocidades que elas enfrentaram na Coreia do Norte e durante suas viagens para escapar do país. As histórias dessas mulheres refletem as mesmas de milhões de pessoas que vivem na Coreia do Norte atualmente.

– Kim passou 9 anos em um campo de prisioneiros políticos, juntamente com sua família. Ela descobriu depois que tinha sido presa devido à sua amizade com uma amante escondida de Kim Jong-il. De toda a sua família, apenas Kim e seu filho sobreviveram ao campo, apesar de seu filho viver com deficiências mentais por causa das cicatrizes e tortura que ele enfrentou na Coreia do Norte. Kim declara: "Se você realmente quer estabelecer a paz no mundo, é urgente lidar com a questão nuclear da Coréia do Norte para resolver ou se livrar de todos os campos de prisioneiros políticos na Coreia do Norte."

O primeiro marido de Lucia Jang vendeu seu filho, sem ela saber, a uma família rica norte-coreana por uma pequena quantidade de dinheiro e algumas barras de sabão. Após esse episódio, Lucia passou a fazer viagens para a China a fim de vender mercadorias para alimentar seus pais. Em uma de suas viagens, ela foi levada e vendida para um homem chinês que a trancou em sua casa e continuamente abusava sexualmente dela. Ela escapou de sua casa e se escondeu em uma fazenda ao longo da fronteira, onde se apaixonou pelo filho do fazendeiro. As autoridades chinesas a encontraram e mandaram-na de volta para a Coreia do Norte, onde ficou presa em um campo de concentração durante um ano. Após sua libertação, ela fugiu de volta para a China para ficar com seu companheiro. Lá, ela ficou grávida pela segunda vez, mas ela teve que voltar para a Coreia do Norte, porque a família do pai não queria a criança. Depois de voltar, ela foi presa novamente e as autoridades exigiram que ela abortasse o bebê. Não querendo perder um segundo filho, ela recebeu ajuda de seu pai e escapou permanentemente da Coreia do Norte.

– Hyeon-seo Lee é uma jovem que descreve que viver na Coréia do Norte é como viver em outro universo. Quando ela era menina, sua casa pegou fogo. Sem nem verificar a situação de seus filhos, o pai de Lee arriscou sua vida para correr de volta na casa e salvar os retratos de Kim Jong-il. Na época, não foi surpreendente para Lee que seu pai arriscou até sua própria vida para salvar os retratos do ditador. Isto é o que qualquer pai norte-coreano teria feito. Se os retratos não fossem resgatados e queimados, ele teria enfrentaria uma punição. Quando Lee conseguiu escapar da Coreia do Norte, ela percebeu que os norte-coreanos sofriam uma lavagem cerebral para se preocuparem mais com seu líder do que com seus próprios filhos. Lee também lembrou dos abusos que as mulheres enfrentam, não apenas na Coréia do Norte, mas também na China, onde elas são normalmente traficadas como escravas ou enviadas de volta para a Coréia do Norte.

A jovem mãe Eun-ju Kim viveu a maior parte de sua vida pensando que nunca se tornaria mãe, por ser atormentada com um constante medo que não viveria para ver o dia seguinte. Sua família foi atingida duramente por uma fome na década de 1990. Em 1997, seu pai morreu de fome. Um dia, em desespero a mãe e a irmã deixaram Eun-ju Kim em casa para ir encontrar comida. Dias depois, pensando que iria morrer de fome antes do retorno de sua família, Kim escreveu seu testamento com apenas 11 anos de idade. Felizmente, sua mãe voltou naquele dia, embora de mãos vazias. Elas foram então forçadas a viver desabrigadas. No inverno, elas fugiram para a China para escapar da fome, trocando as lutas da fome por lutas do tráfico humano. As autoridades chinesas enviaram Kim de volta para a Coreia do Norte, e ela passou por experiências terríveis no seu retorno. Descrevendo a Coreia do Norte,  Kim, afirma "para eles, você não é humano."

Embaixadores dos EUA, da Coreia do Sul, do Japão e do Reino Unido manifestaram as suas preocupações acerca das mulheres norte-coreanas e os demais cidadãos, comprometendo-se a tomar medidas de defesa dos direitos humanos dos norte-coreanos.

Por favor, orem para os milhões que sofrem na Coreia do Norte e os líderes mundiais que se comprometem a lutar por justiça.

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Por ANAJURE, com tradução de Aléxia Duarte e informações da Jubilee Campaign

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