Uma parceria entre o Sebrae e o Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), do Ministério da Justiça, irá capacitar imigrantes que chegaram no Brasil após sofrerem perseguições em seus países por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social e opinião política, ou que deixaram seus lares por conta de violações de direitos humanos, em especial aquelas decorrentes de guerras e conflitos armados.
O projeto Refugiado Empreendedor sestá sendo lançado na tarde desta sexta-feira (1º de abril), no escritório do Sebrae Nacional, em São Paulo, e vai oferecer cursos gratuitos de empreendedorismo a refugiados, que serão ministrados à distância e presencialmente. Na solenidade que firma a parceria oficialmente, a ANAJURE está sendo representada por seu Coordenador Estadual em SP, Dr. Alexandre Rocha Maia.
Nessa fase piloto do projeto, devem ser capacitados 250 refugiados na capital paulista, e além da capacitação empresarial, a parceria quer estimular a formalização dos empreendimentos dirigidos pelos refugiados e facilitar o acesso ao crédito para este público. “O empreendedorismo é uma forma de incluir socialmente e, economicamente, os milhares de refugiados que o Brasil abraçou. É uma chance de eles conquistarem parte da vida que deixaram para trás”, afirma o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos.
Para o presidente do Conare, Beto Vasconcelos, a iniciativa também serve como alavanca para o desenvolvimento socioeconômico. “Os imigrantes e refugiados ajudaram e ajudam a construir o Brasil, que é constituído por uma sociedade plural e diversa. Assim como na nossa história, no presente e no futuro eles têm condições de oferecer ao Pais o intercâmbio cultural, científico tecnológico, laboral e, sobretudo, o espírito empreendedor daqueles que buscam uma oportunidade de se manterem vivos”, destaca Vasconcelos.
O diretor superintendente do Sebrae-SP, Bruno Caetano, explica que a proposta de ação do projeto é muito prática, os refugiados serão orientados desde o plano de negócios até como obter crédito em uma instituição financeira. “Queremos despertar nesse público as possibilidades que o empreendedorismo oferece em termos de ocupação e geração de renda”, enfatiza ele.
De acordo com o Conare, existem no Brasil 8,6 mil refugiados reconhecidos e mais 20 mil solicitantes de refúgio. A maioria é formada por sírios, angolanos, colombianos, congoleses e libaneses.
O projeto piloto começa no dia 26 de abril e será composto por quatro fases. Na primeira, será oferecida uma palestra de sensibilização e capacitações online. Os refugiados que quiserem continuar no programa poderão participar presencialmente de um pacote de cursos do Sebrae. A terceira e quarta etapa serão voltadas para a formalização dos empreendimentos deste público e para a possível obtenção de crédito empresarial.
Para chegar até os refugiados, o Sebrae e o Conare contarão com o apoio da prefeitura de São Paulo, oito organizações não governamentais e entidades (ACNUR – Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, ADUS – Instituto de Reintegração de Refugiado, OASIS – Associação de Assistência a Refugiados no Brasil, BIBLIASPA – Biblioteca e Centro de Pesquisa América do Sul – Países Árabes, Caritas Arquidiocesana de São Paulo, IKMR – Eu Conheço meus Direitos, ANAJURE – Associação Nacional de Juristas Evangélicos, e Missão Paz).
Para participar do projeto Refugiado Empreendedor, os refugiados devem falar português básico, estar no Brasil há pelo menos um ano e possuir CPF.
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Fonte: SEBRAE/SP