Al-Qaeda mantém missionária suíça sequestrada no Mali pela segunda vez. ANAJURE envia carta à Embaixada do Mali no Brasil e agenda visita para falar sobre o caso.


 A Al-Qaeda na África confirmou o seqüestro da missionária Beatrice Stockly que foi capturada no Mali em Janeiro.

 

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Em um video de dezoito minutos, no qual Stockly aparece vestida em um hijab preto, um narrador mascarado com sotaque britânico põe a responsabilidade na al-Qadea do Magreb Islâmico (AQIM). “Beatrice Stockly é uma freira suíça que declarou guerra contra o Islã em sua tentativa de cristianianizar muçulmanos,” o narrador falou. As condições da libertação dela incluem a soltura de combatentes da AQIM presos no Mali e um dos seus líderes detidos na Corte Criminal Internacional em Haia. A Suíça demandou a libertação incondicional dela.

A AQIM, que está baseada no Deserto do Saara entre o Mali, a Nigéria e a Argélia, estava envolvida no ataque em Ouagadougou, a capital do vizinho Burkina Farso, que deixou 29 mortos incluindo um missionário dos EUA e seis canadenses que visitavam o país por causa de uma igreja. O grupo islâmico afirmou em uma gravação de áudio que a Senhora Elliot havia sido liberta a fim de “mulheres não fossem envolvidas na guerra”.

Stockly foi capturada de sua casa em Timbukut por homens armados em 7 de Janeiro. Foi a segunda vez que ela havia sido seqüestrada por islamitas. A condição mais importante para a sua libertação era que ela não retornasse a nenhuma terra islâmica para pregar o Cristianismo. O governo suíço havia alertado-a para não retornar ao Mali após a sua libertação em 2012.

Abaixo está a reportagem de 11 de Janeiro do World Watch Monitor sobre o sequestro de Beatrice Stockly.

Reportagem original:

Uma missionária suíça foi raptada por 10 dias em 2012 e foi sequestrada novamente na cidade de Timbuktu, no norte do Mali, segundo o World Watch Monitor.

Beatrice Stockly foi retirada de sua casa, antes do amanhecer do dia 8 de janeiro, por homens armados que chegaram em quatro caminhonetas pick-ups, de acordo com fontes cujos nomes estão sendo mantidos em confidencial pela segurança delas.

Grupos militares islâmicos estão ativos na região, onde ocorreram dois ataques dentro das últimas sete semanas, um deles em uma estação de rádio cristã antes do Natal, deixando 25 pessoas mortas.

Um líder de uma igreja local, que afirmou ter trabalhado anteriormente com Stockly, contou ao Wolrd Watch Monitor que a missionária atuava em Timbuktu, trabalhando para uma igreja suíça, antes de começar a trabalhar sozinha, sem nenhuma afiliação com igrejas. Ele afirmou que Stockly tem 40 anos e leva uma vida austera, vendendo flores e distribuindo material cristão. Ela foi descrita como sociável, particularmente entre mulheres e crianças.

A casa dela é em Abaradjou, um distrito popular de Timbbuktu freqüentado por grupos jihadistas armados. Ela foi levada dessa mesma residência em Abril de 2012, quando o norte do Mali foi ocupado por grupos armados islâmicos. Ela foi liberta 10 dias depois, seguindo a mediação liderada pelo vizinho Burkina Farso.

Durante a ocupação em 2012, os cristãos, uma minoria no Mali, pagaram um alto preço. Por mais de um ano, os grupos armados islâmicos governaram a região, banindo as práticas de outras religiões, profanando e saqueando igrejas e outros locais de adoração. 

Milhares, incluindo muitos cristãos, fugiram e encontraram refúgio no sul ou em países vizinhos, como o Níger e Burkina Farso. Ourtros fugiram para Bamako, a capital, e outras cidades mais seguras no sul.

Diferente de outros cristãos, Stockly permaneceu na cidade. A pedidos de sua mãe, ela retornou à Suíça depois de seu sequestro em 2012, mas logo retornou, afirmando que “É Timbuktu ou nada”.

Insegurança crescente:

O governo do Mali e os grupos rebeldes de maioria Tuaregue assinaram um acordo de paz em junho de 2015, com impacto limitado. Grupos jihadistas ganharam espaço novamente e têm se espalhado para regiões do sul anteriormente poupadas pelas incursões deles.

Em 17 de dezembro, três homens foram mortos quando um homem armado sem identificação abriu fogo do lado de fora da rádio Tahanint (Rádio Misericórdia no dialeto local), que é ligada diretamente à Igreja Batista em Timbuktu. Hamar Oumar e Samuel Dicko trabalhavam para a estação; Abdal Malick Ag Alher era um amigo visitante.

Dr. Mohamed-Ibrahim Yattara, Presidente da Igreja Batista em Mali, contou ao World Watch Monitor na época que os cristãos estavam “chocados em ver o que aconteceu”. “Nós estamos tentando descobrir o que aconteceu, mas por enquanto nós não temos nenhuma explanação. É uma rádio cristã que estava transmitindo mensagens de paz. Um dos jovens que levou um tiro na última noite havia acabado a transmissão e as suas últimas palavras eram sobre paz.” Para Yattara, a insegurança está em todo lugar no Mali e a situação é muito frágil. 

Cerca de um mês antes, terroristas mataram 22 pessoas no hotel Radisson Blu em Bamako. O governo impôs um estado de emergência que expirou em 22 de dezembro, então estendeu para 31 de março.

Cogita-se que o rapto de Stockly é a primeira de um estrangeiro desde o sequestro e assassinato de dois jornalistas franceses, Ghislaine Dupont e Claude Verlon, no norte da cidade de Kidal em Novembro de 2013.

Ação da ANAJURE junto à Embaixada do Mali no Brasil:

Uma carta da ANAJURE junto ao IPPFoRB (Painel Internacional de Parlamentares para a Liberdade Religiosa) foi enviada ao Embaixador do Mali no Brasil, Sr. Mamadou Macitraore, para interceder diplomaticamente sobre o caso. (Leia aqui). A ANAJURE também visitará o Sr. Mamadou Macitraore para falar pessoalmente sobre cooperação e desafios acerca da liberdade religiosa no país.

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Fonte: World Watch Monitor
Tradução: Igor Sabino l ANAJURE

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