Na última terça-feira (1), a cristã Maryam Naghash, 39 anos, foi liberta da prisão após cumprir pena de quatro anos por supostamente “propagar coisas contra o regime islâmico e conspirar para prejudicar a segurança nacional”.
Convertida do Islã, Maryam cumpriu uma sentença na ala feminina da prisão de Evin, Teerã. Ela foi presa em 15 de julho de 2013 e sua pena tinha término previsto para o dia 28 de julho, contudo não houve explicações para o seu adiamento.
Em 2010, ela foi interrogada pela primeira vez por oficiais da inteligência devido ao seu trabalho junto às igrejas subterrâneas, ou casas utilizadas como igrejas. Já em 2013, ela foi presa juntamente com o pastor Saeed Abedini, devido ao trabalho de ambos em um orfanato. Os dois foram sentenciados poucos meses depois, mas devido à pressão dos Estados Unidos o pastor e cidadão iraniano-americano foi liberto em Janeiro de 2016.
Já Naghash permaneceu na prisão até este ano. A mesma sofre de uma doença cardíaca que exige atenção médica regular, algo que lhe foi negado algumas vezes durante o tempo de encarceramento, o que resultou em situações críticas em sua saúde (veja aqui). Para protestar contra isso, ela realizou uma série de greves de fome e em poucas ocasiões foi autorizada a deixar a prisão temporariamente para receber tratamento, mas era sempre forçada a retornar antes que este pudesse ser concluído. Em seguida, ela teve sua sentença adiada por mais seis semanas para compensar o tempo que passou fora da prisão (veja aqui).
As duras situações vividas também resultaram em depressão a Naghash. No ano passado, sua família disse que as condições de prisão a tinham traumatizado e deixado depressiva. A Amnistia Internacional fez referência ao caso dela quando acusou o Irã de negar “cruelmente” os cuidados médicos em suas prisões.
Ao World Watch Monitor, Mansour Borji, do grupo de advogados do Artigo 18, disse que a “detenção injusta apesar dos graves problemas de saúde é uma prova clara da falta de respeito à liberdade religiosa no Irã”.
Nos últimos meses, doze cristãos – principalmente convertidos de origem muçulmana – foram condenados a longas prisões de dez anos ou mais, levando dois deles a realizar greves de fome para protestar.
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Fontes: World Watch Monitor, Portas Abertas e Middle East Concern
Por: Redaçao l ANAJURE