Grupos armados da República Centro-Africana assinam acordo de paz com o governo

Flag_of_the_Central_African_Republic.svgO governo da República Centro-Africana assinou dia 19 de junho um acordo com 13 dos 14 grupos armados no país, objetivando terminar o conflito religioso e ético que tem matado milhares de pessoas. O acordo, que foi mediado pelo grupo de paz Sant’Egidio Católico Romano e assinado em sua matriz em Roma, conclama a um fim imediato das hostilidades e reconhecimento dos resultados das eleições presidenciais do ano passado.

O país tem sido atormentado pela violência desde 2013, quando os rebeldes Séléka, predominantemente muçulmanos, tomaram poder, desencadeando represálias das milícias Anti-Balaka, cujos militantes são em sua maioria animistas ou nominalmente cristãos.

Sob o acordo de paz, os signatários se comprometeram a “restaurar a autoridade do Estado no território nacional”, em troca de representação nos processos políticos do país.

“O governo compromete-se a assegurar que grupos militares estejam representados em todos os níveis”, diz o acordo. 

Crises políticas regularmente chacoalham a República Centro-Africana. E apesar da eleição presidencial ano passado ter como objetivo acabar com o derramamento de sangue, a violência cresceu nos últimos meses.

Em duas semanas de maio, conflitos entre milícias mataram cerca de 300 pessoas e desalojou 100 mil. Cerca de 2 milhões e 200 mil pessoas, cerca de metade da população, necessitam de assistência humanitária de acordo com a ONU.

Parfait Onanga-Anyanga, chefe da missão da ONU na República Centro-Africana, celebrou por esse “importante passo em direção à paz”. “A prioridade é o cessar imediato das hostilidades para terminar o sofrimento civil da população”, disse o chefe no twitter.

Marco Impagliazzo do Sant’Egidio descreveu o acordo como “histórico e cheio de esperança”. Mas o ceticismo permanece, dado que vários acordos de  paz, incluindo o Acordo de Paz de Bazzaville de julho de 2014, e o Fórum Nacional de Bangui de maio de 2016, falharam em trazer paz duradoura ao país.

“Eles assinaram o documento no contexto de uma séria violência que persiste no leste do país”, disse Lewis Mudge, Pesquisador Africano no Observatório de Direitos Humanos. “Para mim, é o primeiro passo”, destacou.

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Com informações do World Watch Monitor
Tradução de Camilly Regueira l ANAJURE

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