[Foto: Soldado caminha pelas ruas quase vazias de Qaraqosh, em direção à igreja de Tahira, depois que a cidade predominantemente cristã foi libertada do Estado islâmico / Open Doors, Nov de 2016]
Três anos após o Estado Islâmico tomar o controle da cidade de Mosul, no Iraque, um novo relatório produzido em parceria pela Open Doors, ANAJURE Served e Middle East Concern estima que entre 50 e 80% da população cristã do Iraque e Síria emigrou desde que a guerra da Síria começou em 2011.
A chegada do Isis foi um ponto destacado no relatório porque através dela algo que já era corriqueiro aos cristãos se intensificou ainda mais, pois estes experimentaram uma “perda geral de esperança para um futuro seguro”.
O relatório também destaca que há pouco incentivo de retorno para os cristãos que se estabeleceram em outro lugar, sob a argumentação de que “o Oriente Médio não é mais um lar para os cristãos.”
Em um documento divulgado junto ao relatório, as três instituições apelam à União Europeia para ajudar a estabelecer um mecanismo de responsabilização para lidar com incidentes de perseguição ou discriminação religiosa e étnica no Iraque e na Síria, além de defender o estabelecimento do mecanismo junto ao governo iraquiano e sírio e fornecer financiamento, suporte técnico e monitoramento.
O relatório “Understanding the recent movements of Christians leaving Syria and Iraq” aponta que a população cristã do Iraque foi reduzida de 300 mil em 2014 para um número em torno 200 mil e 250 mil cristãos atualmente, muitos dos quais estão deslocados. Na Síria, por outro lado, estima-se que a população cristã de quase 2 milhões de pessoas foi reduzida pela metade.
“Os fatores para sair envolvem a violência do conflito, incluindo a destruição quase completa de cidades historicamente cristãs nas planícies de Nínive do norte do Iraque, a emigração de outros e a perda de comunidade, a taxa de inflação e perda de oportunidades de emprego, além da falta de oportunidades educacionais”, diz o relatório.
No entanto, as instituições observaram que muitos daqueles que permanecem em seus países, “querem desempenhar seu papel na reconstrução das sociedades quebradas do Iraque e da Síria. Eles querem ser vistos como cidadãos iraquianos e sírios, aproveitando todos os direitos da cidadania, como também a igualdade perante a lei e a plena proteção do seu direito à liberdade de religião ou crença, incluindo a capacidade de todos adorarem, praticarem, ensinarem, escolherem e mudarem sua religião”.
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Com informações do World Watch Monitor
Por: Redação l ANAJURE