Refugiados cristãos na Alemanha estão enfrentando abusos por motivação religiosa e ataques violentos de refugiados muçulmanos e funcionários de segurança, de acordo com um relatório emitido pela Open Doors. Dos 231 refugiados entrevistados pela entidade entre fevereiro e abril, 204 disseram ter sofrido perseguição por causa da religião, seja por meio de insultos verbais, agressão sexual ou física, ou ameaças de morte.
Dos entrevistados, 69% eram iranianos, enquanto 13% vieram do Afeganistão e 5% da Síria. 86% eram ex-muçulmanos que se converteram ao cristianismo, a maioria em seu país de origem.
As entrevistas foram realizadas por uma equipe local da Open Doors. A organização disse que os relatos de assédio expostas pelas pesquisas representam “apenas a ponta do iceberg”.
“O que é alarmante é o fato de que os refugiados cristãos e outras minorias religiosas estão enfrentando cada vez mais o mesmo tipo de perseguição e discriminação como em seus países de origem e não estão recebendo a proteção adequada na Alemanha”, diz o documento.
Outros grupos, como a Fundação Konrad Adenauer, com sede em Berlim, também documentaram incidentes anticristãos ocorridos em centros de refugiados alemães. Um relatório de março da fundação fez a mesma observação do aumento nas hostilidades contra os cristãos. A Open Doors, porém, disse que o relatório da fundação é excessivamente desconsiderado porque concluiu que os dados sobre a hostilidade por razāo da religião são difíceis de serem obtidos, e que grande parte do atrito “mais provável” é um produto da situaçāo de lotaçāo e de convivência entre culturas diferentes nos centros de refugiados.
“Tais teorias só servem para banalizar e suprimir as verdadeiras razões por trás dos ataques, conforme os resultados do estudo da Open Doors indicam muito claramente”, aponta o documento. “Isso mostra que os incidentes documentados são ataques religiosamente motivados por natureza e que estão ocorrendo com freqüência, e não apenas ocasionalmente.”
80% dos refugiados entrevistados pela Open Doors disseram que refugiados cristāos e refugiados muçulmanos devem ser colocados em centros separados.
“Não deve haver mais ‘experiências de integração’, em detrimento dos refugiados cristãos”, afirma o relatório. “Eles se enxergam como uma pequena minoria dentro de uma grande maioria muçulmana e rapidamente percebem que a maioria das autoridades de alojamento não só deixam de fornecer qualquer ajuda para eles, mas ainda mostram uma completa falta de compreensão da situação.”
A Open Doors acrescentou que há outros países europeus “onde os sinais alarmantes estão começando a chegar ao público”, incluindo a Suécia, onde “o diretor do conselho de migração reconheceu os problemas nesta área”. Os problemas também foram relatados em campos de refugiados no norte da França, onde ano passado um convertido ao cristianismo iraniano foi assassinado.
A entidade afirma que há uma “necessidade crucial para a proteção dos convertidos e do direito de ser capaz de escolher livremente a própria fé (incluindo mudá-la). Isto é especialmente verdadeiro quando as minorias religiosas em busca de ajuda e proteção vāo para um país como a Alemanha, onde os direitos de praticar livremente a sua religião são constitucionalmente garantidos”. “A forma radical do Islã, praticado nos países de origem dos perpetradores, devem ser impedidos de destruir o direito à liberdade religiosa na Alemanha”, acrescenta a Open Doors.
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Fonte: World Watch Monitor
Tradução: Camila Balbino l ANAJURE