Dr. Uziel Santana, presidente da ANAJURE, participou no último final de semana, 15 e 16, do encontro estadual do “Movimento Nacional pela Vida e pela Família“. O evento foi realizado na capital do Estado do Acre, Rio Branco, e contou com a participação expressiva dos líderes e pastores das diversas denominações acreanas, além de representantes nacionais das principais instituições evangélicas que atuam politicamente, como é o caso de representantes da Frente Parlamentar Evangélica e do FENASP.
* FOTO: Pr. Henrique Afonso (líder do movimento) com sua esposa, e parte do público do evento.
O objetivo do encontro foi o de informar à igreja evangélica representada no Acre a respeito dos diversos temas que estão em debate no Congresso Nacional, em especial, as temáticas relativas à Reforma do Código Penal. Neste sentido, os líderes do “Movimento Nacional pela Vida e pela Família” no Acre anunciaram seus pontos de vista sobre a reforma penalista através do lançamento de documento público chamado de Carta do Acre, além de providenciarem um abaixo-assinado para ser entregue em Brasília, junto com os demais estados brasileiros por onde passará o Movimento.
A principal participação do presidente da ANAJURE no evento aconteceu no sábado pela manhã, com a apresentação do Seminário “Um Estado Laico numa Nação Cristã“, onde foram abordados os seguintes temas: 1º) Distinção conceitual fundamental: Estado Laico x Nação Cristã; 2º) A formação histórica do Laicismo estatal no mundo e no Brasil e a contribuição do protestantismo para isso; 3º) Argumentos e contra-argumentos sobre o laicismo pós-cristão. 4º) Estudo do caso “Deus seja louvado” das notas do Real.
Na apresentação do seu seminário, Dr. Uziel desmistificou para as lideranças presentes alguns conceitos e posições que não condizem com o evangelicalismo histórico brasileiro. Por exemplo, foi demonstrado que “o protestantismo histórico foi um dos grandes responsáveis pela formação e adoção do laicismo estatal, no sentido de se afastar uma instituição religiosa específica do domínio da esfera público-política e isso, efetivamente foi uma grande conquista nossa para o desenvolvimento do Estado Democrático de Direito” explicou o jurista. Assim, segundo o Dr. Uziel, “a igreja evangélica não deve se posicionar ideologicamente contra o Estado Laico nos seus termos e princípios históricos, mas contra o ateísmo e secularismo pós-moral e pós-cristão que busca desvirtuar as doutrinas básicas do laicismo e impor uma série de diretrizes políticas que, em síntese, são anticristãs e, por assim ser, desvirtuam a ideia democrática de laicismo que contempla a todas as religiões”.
Uma crítica que o Dr. Uziel fez na apresentação do seu seminário foi no tocante à participação política dos evangélicos no movimento contra o Tratado – Concordata – celebrado recentemente entre o Brasil e o Vaticano. O presidente da ANAJURE explicou que tal acordo, juridicamente, não fere os princípios do Estado Laico porque simplesmente foi celebrado entre duas nações independentes e reconhecidas no plano do Direito Internacional. Segundo ele, “a Santa Sé é um Estado Nacional, não uma igreja, ainda que estes papeis, neste caso, venham a convergir“. Por outro lado, analisando os movimentos sociais que se aliaram com os evangélicos contra os católicos – como foi o caso do movimento LGBT e o movimento ateísta -, “percebe-se facilmente que estávamos numa luta desnecessária, pouco inteligente e estratégica, e com um objetivo claro: desaliançar os dois segmentos históricos (evangélicos e católicos) que mais lutaram e lutam, lado a lado, em favor da vida, da família e do cristianismo. Isso é um grande exemplo do despreparo político, jurídico e intelectual dos movimentos evangélicos em geral“.
Uma outra crítica que o Dr. Uziel apresentou no seu seminário foi com relação à ideia de que “evangélico só pode votar em evangélico“. O Dr. Uziel explicou que sociologicamernte os estudos apontam que esta aliança forçosa entre igreja e políticos só contribuiu historicamente para o aumento da corrupção política entre os evangélicos. “Usar o púlpito da igreja para estabelecer alianças políticas é o primeiro passo para abrir a porta da serventia para que o Espírito Santo não mais ali congregue“. Nesta perspectiva, demonstrou aos presentes que, biblicamente, Deus já usou e usa políticos não-evangélicos para cumprir os seus propósitos, como foi no caso do Rei Ciro.
O Dr. Uziel ainda participou de um dos mais importantes programas de rádio local, num debate com líderes de destaque no Estado do Acre, falando sobre o papel da ANAJURE no contexto de iminente perseguição ao cristianismo e, ao final dos trabalhos, reuniu-se com juristas acreanos a fim de fortalecer o papel da ANAJURE naquele estado.
* FOTO: Pr. Eli, Presidente da Ordem de Pastores Locais; Pr. Osman, Diretor do Ministério de Missões Atos 29; Pr. Paulo Machado; Edicarlos, Secretário de Comunicação do Movimento Nacional em defesa da Vida e da Família.