Eventos memoriais aconteceram no Quênia no último sábado (2 de abril). Quenianos marcaram o aniversário do dia em que militantes Al-Shabaab invadiram o campus da universidade em Garissa – no leste volátil do Quênia, perto da fronteira da Somália – e mataram 147 pessoas, a maioria estudantes cristãos.
Os atacantes chegaram cedo, encurralaram os estudantes nas orações matinais, mataram-nos e depois foram aos dormitórios para separar os cristãos dos demais estudantes e matá-los. Um sniper esperava fora para matar aqueles que tentassem escapar. O cerco durou 15 horas.
O campus em Garissa foi reaberto em 4 de janeiro de 2016, nove meses após o ataque e, um ano depois, ainda questiona-se como um ataque como esse foi possível. Mas ataques em alvos fáceis como os estudantes de universidade se tornaram endêmicos no Quênia, particularmente no nordeste dominado por muçulmanos e na região costeira.
Em uma tentativa de conter os ataques, postos policiais adicionais foram estabelecidos no complexo da Univerdade de Garissa e dentro da floresta que faz fronteira com a Somália. Autoridades Quenianas também começaram a construir um muro de 700km entre a fronteira do Quênia e da Somália para manter os militantes de base da Somália fora. Mas muitos sentem que esse movimento controverso e caro não será bem-sucedido em limitar os ataques, já que o Al-shabaab já está no Quênia, como admitiu o próprio presidente dois dias antes do ataque. Ele reconheceu que ‘planejadores e financiadores’ do ataque estavam ‘profundamente enraizados’ nas comunidades Quenianas. “Radicalização”, disse ele, “ocorre em plena luz do dia, em madrasas, em casas e em mesquitas".
Os eventos memoriais incluíram uma maratona, da qual participaram 100 pessoas, em um ato de solidariedade para com o povo de Garissa.
Ali awdoll, um dos organizadores da maratona, disse à BBC: “Lamentamos pelas vidas inocentes, parece que aconteceu ontem. As imagens dos corpos permanecem em nossa mente. Foi uma experiência muito traumatizante”. Ele disse que os maratonistas estavam participando como “um gesto da paz e humanidade que perdemos… Não há ‘nós’ e ‘eles’ nisso tudo; somos humanidade e todos temos um inimigo em comum – os terroristas são nossos inimigos em comum”.
O vice-chanceler, Richard K. Mibei, disse: “Faz um ano desde que perdemos nossos amigos, colegas e crianças para o terror… À todos os que sofreram naquele dia, vocês estão em nosso coração, mentes e orações. Lembremo-nos que a vida humana é uma dádiva e nossa responsabilidade coletiva. Hoje prestamos nosso respeito às vítimas inocentes e tornamos conhecido que precisamos tanto de paz como de justiça diante de tais ataques brutais. Aplaudimos aqueles que tiveram atos de heroísmo, compaixão e cuidado para ajudar nossas crianças, mesmo sob risco pessoal… Embora tenhamos sofrido, não seremos derrotados ou desencorajados em avançar para cumprirmos nossa visão pessoal e da Universidade".
Uma cerimônia de plantação de árvores e um cortejo aconteceram na Universidade Moi em Eldoret, na Província Ocidental do Quênia, para onde os estudantes Garissa se mudaram enquanto a universidade estava fechada.
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Fonte: World Watch Monitor
Tradução: Camilly Regueira l ANAJURE