Refugiados cristãos iraquianos protestam contra atrasos de reassentamento do ACNUR

Refugees in Lebanon

Dezenas de cristãos iraquianos protestaram nesta semana no centro de Beirute, no Líbano, exigindo que a ONU lhes conceda um reassentamento mais rápido no exterior. Um número entre 150 e 200 manifestantes reuniram-se fora de um edifício da ONU, carregando cartazes que diziam: “o futuro dos nossos filhos é desperdiçado” e “a nossa única exigência é ir para países que respeitam os seres humanos”, entre outros.

O Líbano recebeu milhares de iraquianos enquanto a violência se intensificou em seu país de origem. Os cristãos iraquianos buscaram refúgio no Líbano multi-religioso, especialmente desde que o Estado islâmico tomou áreas da maioria cristã do Iraque em 2014.

Os manifestantes procuraram destacar sua vulnerabilidade como minorias religiosas. Outros cartazes diziam: “Não voltaremos a um país onde estamos sendo oprimidos por causa do nosso cristianismo. Queremos estabilidade num país que nos respeite”.

O Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados estima que entre 40 mil e 50 mil iraquianos estão vivendo como refugiados no Líbano, e muitos querem deixar a região e ser reassentados em um terceiro país.

Uma porta-voz da agência disse ao jornal libanês Daily Star que o reassentamento de refugiados no exterior pode levar até três anos e deve ser tratado por uma agência da ONU.

“Entendemos a frustração dos refugiados que vivem em condições muito difíceis”, disse ela. “Infelizmente, trabalhamos com cotas muito limitadas e, globalmente, apenas 1% da população de refugiados é reassentada. Esperamos alcançar muito mais do que isso, especialmente para os refugiados no Líbano”.

Um relatório de uma aliança de ONGs cristãs que trabalha no Oriente Médio publicado mês passado observou que o trabalho do ACNUR no Líbano teve apenas dois terços financiado e que muitos refugiados lá, especialmente os cristãos, permanecem sem registro. O relatório “Assegurando a Igualdade” acrescentou que os cristãos iraquianos no Líbano tendem a viver fora dos acampamentos da ONU “por razões sociais e de segurança”, mas estão ficando empobrecidos por terem que alugar alojamento privado, sendo impedidos de trabalhar.

O arcebispo ortodoxo sírio Mor Yostinos Boulos Safar, que supervisiona a presença da sua Igreja na cidade libanesa de Zahle, disse: “A ONU não ajuda realmente as famílias cristãs; Eles são excluídos de sua ajuda”.

O arcebispo greco-católico melquita local, Isaam John Darwish, disse que apelou à ONU para registrar mais pessoas, mas as autoridades partiram após três semanas. O número de reassentamentos poderá diminuir ainda mais. A ordem executiva do presidente dos EUA, Donald Trump, suspendeu um programa segundo o qual os EUA concordaram em acolher 2.500 refugiados de qualquer nacionalidade que vivem no Líbano. No entanto, a ordem executiva foi suspensa e poderia enfrentar uma longa batalha na Suprema Corte dos EUA.

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FONTE: World Watch Monitor
TRADUÇÃO: Andressa Toscano l ANAJURE

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