REPRESENTANTES DO PRÍNCIPE DA PAZ

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É Natal! Realizou-se a predição do Profeta Isaías: “um menino nos nasceu, um filho se nos deu. O governo está sobre os seus ombros, e o seu nome será: ‘Maravilhoso Conselheiro’, ‘Deus Forte’, ‘Pai da Eternidade’, ‘Príncipe da Paz’” (Isaías 9:6).

Mas, apesar disso, Vivemos em um mundo de conflitos. Neste 2022, por exemplo, vimo-nos cercados de disputas políticas e confrontos bélicos, no Brasil e no exterior. Esta realidade contenciosa é especialmente vivenciada por nós, juristas, entre os litígios pela justiça no judiciário e os riscos enfrentados no consultivo. 

Em meio a este mundo nasceu Jesus Cristo, o Príncipe da Paz. E a paz que Cristo nos traz não é mera ausência de conflito. É o shalom do Deus de Israel que invade o mundo na forma de um menino, que, na sua aparente singeleza, reconciliou a maior de todas as separações. Em Jesus, Deus-homem, fomos finalmente reconciliados com Deus, feitos um com Ele e chamados a sermos cidadãos de seu Reino.

O Reino de nosso Príncipe não é um império de violência, como as babilônias desse mundo. Recusando a tentação de satanás, Cristo subverte a falsa Pax de Roma, estabelecendo entre nós a Jerusalém do alto, sua Igreja, a comunidade daqueles que são chamados pelo seu nome para viver o reino da paz de seu amor.

É este Reino que somos chamados a representar. Ao levantar pela manhã, surgimos diante do mundo como embaixadores de Cristo, incumbidos de realizar o ministério da paz e reconciliação. Essa missão comum se apresenta de formas variadas na vida dos cristãos, em seus distintos contextos, trajetórias e vocações. Também nós, profissionais do direito, somos chamados a representar o Príncipe da Paz através de nossa profissão.

Em meio aos conflitos de um mundo injusto, Cristo chama a nós, juristas, para manifestarmos seu clamor por justiça. É preciso defender a causa do órfão e da viúva, dos necessitados e do estrangeiro em busca de refúgio. É necessário julgar com equidade e imparcialidade, contra a corrupção institucional que prejudica a população. Devemos, sim, lutar pelos direitos e liberdades fundamentais, garantias de proteção e florescimento do ser humano, imagem de Deus. Lutar pela paz? A contradição é apenas aparente. Não há verdadeira paz sem justiça, pois “o efeito da justiça é a paz” (Is. 32:17). 

Que nós, juristas evangélicos, ouçamos a convocação de nosso Deus-menino. Levantemos nossas vozes pela justiça em nosso país, para que a Paz de Cristo possa transbordar em nossa sociedade. Juntos, sejamos representantes do Príncipe da Paz.

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Por Dr. Matheus Carvalho: Diretor Executivo da ANAJURE. Advogado, graduado em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Autor do livro ‘O aborto e a redefinição da pessoalidade humana pelo Direito’.