Líderes pró-vida encontram uma nova frente de guerra: o aumento do uso do Misoprostol, nos EUA

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misoprostol-painless-way-of-abortionLíderes que atuam na luta contra o aborto encontram um novo desafio: o aumento do uso do Misoprostol, nos EUA. O remédio induz mulheres grávidas ao aborto para que elas possam receber acompanhamento médico em consultórios não credenciados e hospitais comuns, tal qual uma paciente com aborto espontâneo.

 

O medicamento foi lançado na década de 80 para tratamento de Úlcera, e logo em seguida tornou-se conhecido por seu poder abortivo, levando muitas mulheres grávidas a fazer uso do medicamento para iniciar o processo do aborto e posteriormente receber um atendimento médico legalizado, onde o médico, diante da situação abortiva, faz a retirada do feto sem sofrer penalidades.

A denúncia do aumento do uso deste medicamento foi exposta através de um artigo publicado no site New Repúblic no último dia 29 de Janeiro. O texto foi escrito pela jornalista investigativa e escritora Lindsay Beyerstein em parceria com o Fundo de Investigação no Instituto Nacional dos EUA. Segundo sua pesquisa, o uso do Misoprostol aumentou no segundo semestre de 2013, após a exigência da nova lei (H.B.2) do Texas, que requer dos cirurgiões do aborto a posse de um Requerimento de Credencial Privilegiada. Essa lei é um esforço para aumentar o controle na qualidade dos atendimentos nestas clínicas e deixá-las nos padrões dos centros de cirurgia até 2014.

No artigo, o Médico ginecologista Dr. Lester Minto, agora com 32 anos de experiência na área de abortos em uma clínica de Serviços Reprodutivos na cidade de Harlingen, localizada no Texas, informou que após ficar impedido de realizar os abortos devido à nova exigência tornou-se consultor em 'administração de abortos'. O método encontrado pelo Dr. Minto para driblar a nova lei é de "orientar" suas pacientes. Ele realiza a ultrassonografia para verificar o período da gestação e em seguida informa que não poderá realizar o aborto, mas deixa claro que existem outras opções. Se a paciente chegar no seu consultório apresentando sangramento por aborto, o procedimento de curetagem é realizado sem perguntas. Ele deixa claro para suas pacientes que se os remédios não causarem um aborto completo elas podem retornar ao consultório para uma “administração do aborto”.

Dr. Minto afirma não indicar o medicamento de Úlcera Misoprostol (ou seu variante) para suas pacientes, porém já é senso comum no lugar que o remédio induz o aborto, e as grávidas por conta própria saem em busca do medicamento. Apenas na segunda metade do ano de 2013, Dr. Minto atendeu mais de 100 mulheres que voltaram para resolver problemas no aborto com a Dilatação e Curetagem D&C.

No artigo, o Dr. Lester Minto alega que após a nova lei, as pacientes da região do Rio Grande Valley ficaram sem um cirurgião para abortos e necessitam se deslocar grandes distâncias para realizar a interrupção da gravidez e, muitas vezes, sem condições financeira para tal.  As distâncias chegam a 480 e 800 Km para chegar a uma clínica especializada na área. Ele explica que obter a credencial para realizar o procedimento não é tarefa fácil, "pois hospitais não querem ter o transtorno e a despesa de credenciar um médico que não vai trabalhar na instituição".

O setor de Planejamento Familiar na região desafiou o Requerimento de Credencial Privilegiada da H.B.2 ante o Quinto Tribunal de Apelações, e no momento uma nova decisão sobre a exigência está sendo aguardada.

Mesmo que a droga faça interromper uma gravidez, ela não pode esvaziar completamente o útero da mulher. Um aborto incompleto pode causar hemorragia ou uma infecção potencialmente fatal. Alguns sangramentos fazem parte de cada aborto, mas uma pequena percentagem de mulheres que se submetem a abortos de medicação (menos de 1 por cento) vai sangrar o suficiente para precisar de uma cirurgia de emergência para estancar o sangramento. Estas complicações são tratáveis, mas somente se a mulher tiver a confiança e os recursos para procurar ajuda.

Se as pílulas não funcionarem, a mulher grávida pode gerar graves defeitos no desenvolvimento do bebê, e médicos já comprovaram que o uso de medicamentos no primeiro trimestre da gravidez tem sido associado a graves defeitos congênitos.

Sob H.B. 2, uma mulher que encerra sua própria gravidez com misoprostol não pode ser punida por isso. A lei do Estado contém uma linguagem que exclui as mulheres grávidas de sanções penais se tentarem um aborto com medicamentos .

Seus anos de experiência convenceram Minto de que a nova lei causou transtornos para as mulheres pobres do local que deverão encarar a gravidez indesejada, mas as mulheres com alto nível social sempre terão abortos quando precisarem, não importa o que a lei diga. Elas irão conseguir a quebra da gravidez sem ter que ouvir a palavra ‘aborto’ .

 

O Misoprostol

Quando a droga chegou ao mercado mundial nos anos 1980, sua potencial indução ao aborto foi rapidamente descoberta e divulgada, particularmente na América Latina, onde o aborto é rigidamente regulado. O conhecimento foi repassado ao México, Texas e até algumas comunidades de imigrantes em Nova Iorque.

O medicamento Misoprostol poderia ser adquirido na fronteira com o México, em uma farmácia sem prescrição médica.

Se as mulheres não pudessem cruzar a fronteira, poderiam comprá-lo no mercado negro, pílulas dos mercados de produtos roubados ou das lojas empoeiradas de videntes.

Farmacêuticos no México são conscientes da demanda do Misoprostol e eles exploram seus desesperados consumidores com preços de U$ 200 a U$ 300 por caixa do Cytotec, de acordo com Minto.

 

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Por: Angélica Brito l Assessoria de Imprensa – ANAJURE

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