O Brasil não está na lista dos países com violência religiosa física, no entanto, aqui existe a chamada violência simbólica e como o cristianismo é predominante em nossa nação, logicamente é a religião mais atacada.
A base da nossa crença é bombardeada diariamente e a violência simbólica tem a missão de fazer os princípios do cristianismo parecerem retrógrados e ultrapassados.
A desconstrução dos valores cristãos é promovida em blogs, sites, canais de televisão, instituições governamentais e principalmente no ambiente acadêmico.
Existe uma ação em duas vias. Se na mídia a violência simbólica é praticada por quem é popular e foca no emocional, na academia ela apresenta-se na fala daqueles que desfilam erudição e confronta a razão.
Nesse ambiente, jovens com formação cristã deficiente tem dificuldade para sustentar racionalmente seus princípios cristãos e muitos desviam-se. Pior, uma vez convencidos pelo sistema profano, alguns pensam que foram enganados pela igreja, tornando-se céticos e até ateus. Conheci uma jovem que logo após ir para a faculdade, em público desafiou seu pastor dizendo que a Bíblia não passava de um livrinho com histórias ilusórias. É lamentável, mas esse exemplo não é único e nem raro!
O ambiente acadêmico não raramente é insalubre a fé, no entanto, isso não é desculpa para desestimularmos nossos jovens quanto a dedicação acadêmica. Pelo contrário, devemos encorajá-los a estarem presentes nas escolas, universidades etc., porém eles precisam ir para lá preparados. Foi assim que José enfrentou o Egito e Daniel enfrentou a Babilônia.
Precisamos estar inflamados pelo Espírito Santo e cheios de fé, disso não há dúvida. Mas a Bíblia diz que a fé sem obras é morta, e nesse embate de princípios, as obras nada mais são que os argumentos. Nossos jovens também precisam estar bem preparados racionalmente. Humildemente acredito: precisamos de menos congressos e mais seminários! Dizemos isso, pois, para enraizar fundamentos do cristianismo em jovens é necessário priorizar o estudo sistemático da Bíblia e da ciência a partir da cosmovisão cristã. Precisamos de mais estudos bíblicos, palestras, seminários etc., que coloquem nossos jovens no ambiente da academia, e, após apresentar-lhes as objeções ateístas à fé, lhes ensinem os contra-argumentos para replicá-las.
O avivamento que precisamos deve tornar nossos jovens guerreiros blindados e combativos! Para tanto, alguns temas precisam ser levados urgentemente aos nossos púlpitos.
Precisamos falar de sexualidade, aborto, drogadição, política, corrupção. Precisamos falar de evolucionismo, criacionismo, design inteligente etc.
Como faremos isso? Além de pastores e obreiros preparadíssimos, nossas igrejas possuem profissionais excepcionais das mais diversas áreas. Médicos, químicos, biólogos, juristas, professores etc. Eles precisam ser convidados a usar a tribuna para nos treinar em suas áreas específicas, compartilhar suas experiências pessoais e conhecimentos técnicos. A ciência e a fé podem ser grandes aliadas!
O professor ateu não ouvirá um único argumento do jovem que citar Gênesis para contestar a ideologia de gênero, mas, terá de ouvir com atenção o aluno que defender a heterossexualidade a partir de argumentos da biologia, antropologia etc., e nosso jovem acadêmico não maculará sua fé por dominar argumentos científicos, pelo contrário, sua fé será fortalecida e o nome do Senhor glorificado.
Líderes e pastores, guiemos nossos jovens sempre à luz da Bíblia, mas sem deixar de lado os argumentos técnico-científicos, pois serão eles que confrontarão nosso jovens lá fora. Agindo assim, colocaremos em prática o conselho do apóstolo Pedro: Crescei na graça e conhecimento!
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Por Daniel Fich de Almeida
Pastor vice-presidente da AD Ibiaçá/RS
Membro da ANAJURE (Associação Nacional de Juristas Evangélicos)
Assessor jurídico da CIEPADERGS (Convenção de igrejas e pastores da Assembleia de Deus do Rio Grande do Sul).
Coordenador do COMADPLAN (Conselho Jovem da Fraterna Norte-Nordeste e Planalto Médio/RS)