Birmânia: Civis kachin foram mortos apesar de acordo para fim das hostilidades

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A Christian Solidarity Worldwide (CSW) tomou conhecimento de que um civil Kachin chamado Zakhung Lum Hkawng foi torturado, espancado e morto pelo Exército Birmanês no estado do norte Shan, em 14 de junho. O assassinato ocorreu semanas após o governo Birmanês e a Organização de Independência Kachin assinarem um acordo de sete pontos em Myitkyina, no dia 30 de maio.

Na noite de 14 de junho, Zahkung Lum Hkawng, de 45 anos, teve tomado o seu posto de guarda da segurança de sua vila, Nawng Hen, quando tropas Birmanesas entraram e ordenaram que a liderança da vila provesse guia para eles. Lum Hkwang foi forçado a acompanhar as tropas à vila MungYa Hka Zup, onde eles confrontaram o Exército de Independência Kachin, o grupo armado da Organização de Independência Kachin. As tropas do Exército Birmanês acusaram Lum Hkwang de os levar deliberadamente para uma emboscada. Eles espancaram e torturaram a vítimas antes de atirarem para matá-la.

No mesmo dia, um habitante da vila não identificado foi morto pelo Exército Birmanês na estrada entre as vilas Nan Gat e Ying La. Um grupo de pessoas de Nawng Hen que foi tentar recuperar o corpo da vítima foi impedido pelas tropas do Exército na vila Nan Gat, que disseram que eles não seriam permitidos ir adiante. Na mesma tarde, outro embate ocorreu entre as tropas Birmanesas e o Exército de Independência Kachin, dando aos vizinhos a oportunidade de reaver o corpo da vítima para os membros da família restantes, incluindo sua mãe idosa, sua esposa e seis filhos.

O Exército Birmanês e a Organização de Independência Kachin estão engajadas em conversar para resolver o conflito que já dura dois anos. Em 30 de maio, os dois alcançaram um acordo de sete pontos, no qual concordaram em “empreender esforços para a diminuição e término das hostilidades”. Há uma necessidade urgente de encerrar o conflito, que tem resultado em pelo menos 100 000 desabrigados, bem como numerosas violações de direitos humanos.

Em uma visita de averiguação de quatro semanas no início deste ano, a CSW relatou testemunhos de pessoas Kachin desabrigadas que vivenciaram terrível tortura física, psicológica e sexual. O relatório da CSW notou sinais de mudança política no país, mas destacou “vários desafios muito graves e preocupações, particularmente a respeito da proteção aos direitos humanos, incluindo liberdade de religião e crença”.

Apesar do acordo feito em 30 de maio, os habitantes da vila relataram o reforço diário das tropas Birmanesas, suscitando o medo de que incidentes como os mencionados acima possam se multiplicar.

O Diretor Executivo da CSW, Mervyn Thomas, disse: “Nós condenamos o assassinato destes dois civis pelas tropas Birmanesas. Nós pedimos ao Exército Birmanês para tomar seriamente seu compromisso de diminuição do conflito e encorajar todas as partes envolvidas no conflito para trabalhar em prol da cessação das hostilidades e um acordo de paz duradoura”. 

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FONTE: CSW
TRADUÇÃO: JORGE ALBERTO

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