Uma Igreja Católica em Collipulli, na região de Araucânia, no Chile, foi incendiada na madrugada de 9 de agosto. Essa igreja, a capela de San Andres, é uma das 16 destruídas por ataques incendiários desde dezembro de 2015. Cristãos católicos e protestantes nas regiões de Araucânia e Bío-Bío têm sido alvos de ataques constantes. E apesar de uma investigação do governo estar em curso, ainda não se sabe quem está por trás desses atos.
Essas regiões possuem uma longa história de instabilidade por causa da forte presença dos separatistas indígenas Mapuche e grupos pró-autonomia; no entanto, estes grupos não têm, historicamente, como alvo as igrejas. Porém, folhetos e sinais deixados nos locais das igrejas incendiadas, há escritos exigindo a libertação de “presos políticos” do grupo Mapuche.
Fontes locais disseram à Christian Solidarity Worldwide (CSW) que os ataques na região estão deixando todos perplexos, uma vez que cerca 90% dos Mapuches são cristãos, católicos ou de outras denominações protestantes.
Sinais deixados na Igreja Unión Cristiana Evangélica e na capela católica Santa Joaquina, ambas na região da Araucanía, que pegaram fogo em 31 de março, afirmavam: “Vamos queimar todas as igrejas”. Sete igrejas protestantes e nove igrejas católicas até agora já foram destruídas por ataques incendiários desde 31 de dezembro.
A maioria dos ataques ocorreram nas primeiras horas da manhã; no entanto, um ataque à Iglesia del Señor Evangelical, em Temuco, Araucânia, no dia 9 de junho, ocorreu durante um culto de adoração à noite. Indivíduos armados e mascarados deram ordens para que todos saíssem da igreja afim de que eles ateassem fogo no prédio. Uma semana mais tarde, na Igreja Católica de San José de Limpeo, em Collipulli, também ocorreu um ataque à noite quando não havia ninguém dentro, mas quando os agentes de emergência foram chamados para conter o fogo foram recebidos à bala e um policial ficou ferido.
Fontes locais disseram para a CSW que os ataques têm criado um clima de medo e teve um efeito devastador nas congregações católicas e protestantes, pois a maioria destas comunidades são carentes e possuem recursos para reconstruir ou substituir as propriedades destruídas.
O chefe do executivo da CSW, Mervyn Thomas, disse: “Estamos profundamente preocupados com os ataques em curso e graves incêndios em igrejas católicas e protestantes na Araucânia e Bío-Bío, Chile, um país que tinha um histórico muito bom sobre a liberdade religiosa, desde a década de 1990. Clamamos aos responsáveis, seja qual for o motivo, para que cessem os ataques nos locais de culto e respeitem a liberdade religiosa. Nós também encorajamos o governo a continuar suas investigações, respeitando os direitos humanos da população e estendendo a devida solidariedade para os membros e líderes das igrejas afetadas que sofreram perdas devastadoras.”
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Fonte: CSW
Tradução: Rafael Durand l ANAJURE
