A Christian Solidarity Worldwide (CSW) renova seu pedido por um fim das violações de direitos humanos na Eritreia, incluindo o abuso da liberdade de religião e crença, após o décimo primeiro aniversário de medidas enérgicas do governo contra todas, exceto três denominações Cristãs, e o início de detenções em massa de Cristãos na Eritreia.
Em 15 de maio de 2002 todas as igrejas, exceto aquelas pertencentes às denominações Católica, Ortodoxa e Luterana, foram efetivamente banidas. A era de prisões de Cristãos em massa começou. Mais de 2000 Cristãos estão atualmente detidos na Eritreia sem acusação formal ou julgamento, geralmente em condições de vida precárias, por não terem negado sua fé.
Inicialmente, membros de igrejas evangélicas independentes e carismáticas foram escolhidos; no entanto, mesmo igrejas permitidas começaram a experimentar perseguição. O patriarca Ortodoxo Abune Antonios está em prisão domiciliar desde 2006 por resistir a interferência do governo em assuntos da igreja. E pastores que agiram de forma semelhante a ele também foram detidos, forçados a sair da igreja ou recrutados, após a revogação da isenção clerical em 2005 pelo governo. O governo também tentou apossar-se de escolas e projetos Católicos, recrutando seminaristas e outros trabalhadores de igrejas, trazendo como consequencia a falta de pessoal para os trabalhos.
A CSW se juntará a outras seis organizações do Reino Unido e Irlanda em uma vigília de protesto contra os abusos de direitos humanos na Eritreia. O evento acontecerá na parte externa da Embaixada de em Londres na quinta-feira, 30 de maio, após uma noite de oração pela nação.
A Eritreia tem um dos regimes mais repressores do mundo, frequentemente associado a Coréia do Norte. É um Estado unipartidário dominado por um presidente ditador, com militares que se infiltram em todos os aspectos da sociedade, inclusive na economia. O regime demanda submissão total, de modo que os Cristãos são vistos como uma ameaça à unidade nacional, devido à sua submissão total a um Ser superior.
Milhares de habitantes da Eritreia fogem de seu país todo ano, arriscando serem executados pelo governo na fronteira ou também serem mantidos em campos de tortura no Deserto do Sinai por traficantes de pessoas, dependendo do pagamento de resgates exorbitantes, ou a retirada forçada de órgãos. Muitos estão fugindo do recrutamento militar, o qual pode durar por tempo indeterminado e é obrigatório para todos os cidadãos entre 18 e 48 anos. Os serviços de segurança da Eritréia têm sido conhecidos por perseguir refugiados em países estrangeiros através de agentes no exterior, enquanto países como o Sudão e o Egito retornaram, no passado, forçadamente refugiados da Eritréia e requerentes de asilo, apesar das evidências de maus tratos severos dos que retornavam.
Em 6 de julho de 2012, O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (CDH) adotou sua primeira resolução sobre a Eritreia, aprovando o mandado para um Relator Especial, que irá relatar ao CDH e a Assembleia Geral da ONU a situação dos direitos humanos na Eritreia.
O Diretor Jurídico da CSW, Andrew Johnston, disse: “Nós continuaremos solidários e trabalharemos juntamente com os habitantes da Eritreia que desejam justiça, de modo que eles e seus concidadãos sejam aptos a desfrutar de todos os direitos e liberdades assegurados pela constituição da nação”.
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Fonte: CSW
Tradução: Jorge Alberto
* Fonte da imagem: Portas Abertas