FPMRAH e ANAJURE emitem Nota Pública sobre a crise de refugiados que assola o Oriente Médio e o norte da África

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– Leia o discurso do Deputado Leonardo Quintão, presidente da FPMRAH, sobre este tema.

A Frente Parlamentar Mista para Refugiados e Ajuda Humanitária e a ANAJURE – Associação Nacional de Juristas Evangélicos, por seus respectivos representantes, vem, através do presente expediente, expor ao Governo Brasileiro e à Comunidade Internacional seu repúdio e pedido de assistência com relação ao que adiante se explicita:

1) Na última quarta-feira (02/09), duas fotos divulgadas pela agência de notícias Reuters[1] chocaram ao mundo ao revelar o quadro terrível de sofrimento com o qual se deparam milhares de refugiados todos os dias. Em uma das imagens há um garoto sírio, Aylan al-Kurdi, de três anos, que morreu ao lado do irmão, Galip, de cinco anos, e da mãe, Rihan, ao tentar sair de Bodrum, no sul da Turquia, para a ilha grega de Kos. O pai, Abdullah, sobreviveu. Na outra foto, um guarda turco está recolhendo o corpo sem vida de Aylan. A tragédia aconteceu devido ao naufrágio de um dos barcos que seguia em direção a Europa. Esta família, como tantas outras, saiu de sua cidade natal para fugir das ações terroristas do Estado Islâmico.

2) O quadro de extrema fome que assola o norte da África e as brutais guerras civis que ocorrem no Oriente Médio, em especial a atuação do Estado Islâmico na Síria e Iraque não dão outra opção à população a não ser buscar refúgio em outros países. Por ser um continente desenvolvido e estar próximo geograficamente aos locais dos conflitos, a Europa acaba atraindo a população para o refúgio. Agências humanitárias estimam que, por dia, cerca de 2.000 pessoas têm feito a travessia para as ilhas do leste da Grécia em botes de borracha.

3) Entendemos que a crise de refugiados deve ser solucionada pela comunidade internacional. Porém, essa solução só será alcançada se for direcionada à raiz do problema. Ou seja, os organismos internacionais, em especial a ONU, e a Coalização Internacional precisam pôr um fim à Guerra da Síria, assim como deve haver uma Coalização Internacional das principais potências mundiais para ajudar os países do Norte da África a saírem da extrema pobreza em que se encontram. É urgente e necessário usar os mecanismos disponíveis dentro do sistema internacional para solucionar a causa da crise dos refugiados. Nesse sentido, oportuna a manifestação do Dr. Jonas Moreno, Diretor para Refugiados e Ajuda Humanitária da ANAJURE: “As proporções e consequências que os conflitos na África e Oriente Médio têm revelado ao mundo justificam quebrar o silêncio e paralisia da comunidade internacional. É necessário e urgente enfrentar a raiz do problema, a causa da crise, as guerras, a pobreza, a fome e a perseguição”.

4) Nós lamentamos profundamente tais fatos, em especial, o sofrimento destas pessoas que lançam suas vidas às águas com um simples sonho de recuperarem a esperança outrora perdida, e nos mobilizamos juntos aos nossos parceiros internacionais para oferecer ajuda humanitária, dentro de nossas atribuições, pressionando organismos internacionais a agir diante da situação.

Conclamamos o Governo Brasileiro a tomar uma posição diante da crise de refugiados enfrentada nos países mencionados, para que o Brasil seja um protagonista nas ações de solidariedade internacional, através da promoção de ajuda humanitária para os indivíduos e comunidades em situação de vulnerabilidade e pressione os Estados e a comunidade internacional a intervir nas causas da instabilidade a qual nos referimos. Neste sentido, sugerimos ao Governo Brasileiro que se PRORROGUE a RESOLUÇÃO CONARE Nº 17 DE 20/09/2013 a fim de que sírios e também iraquianos possam ser recebidos no Brasil como refugiados.

Por fim, convocamos os líderes e igrejas brasileiras, assim como instituições humanitárias nacionais que intercedam junto aos organismos internacionais pelas famílias e comunidades que enfrentam este sombrio e infernal quadro situacional de desespero.

Destarte, deixamos assim registrada a presente Nota Pública.

Brasília- DF – Brasil, 03 de setembro de 2015.