Resumo
O futuro da Igreja Assembléia de Deus Central em Teerã está ameaçado após a prisão de um dos seus pastores.
O Pr. Robert Asseriyan foi preso em 21 de maio, dois dias depois da igreja recusar-se a interromper voluntariamente seus cultos em Farsi.
A congregação seria avisada da decisão da igreja em uma reunião que aconteceria em 26 de maio, mas um aviso foi colocado na porta da igreja dizendo: “Essa igreja está fechada para a realização de importantes reparações. Por favor, não retorne!
Não se sabe se a igreja continuará na tentativa de realizar os cultos, mas Mansour Borji, um Cristão Curdo nascido no Irã que atua como advogado pelo grupo de direitos humanos Article 18 (Artigo 18), diz que o governo está usando a prisão do Pr. Asseriyan e a detenção de outros pastores, como uma ferramenta de barganha.
Autoridades iranianas ordenam que igreja interrompa seus cultos em Farsi
O futuro da Igreja Assembléia de Deus Central em Teerã está ameaçado após a prisão de um dos seus líderes na semana passada.
As autoridades Iranianas continuam a pressionar igrejas de origem armênia ou assíria para que cancelem seus os cultos em língua farsi, sob pena de enfrentar o fechamento permanente. A Assembléia de Deus Central em Teerã é a maior igreja oficial no Irã que ainda oferecia cultos em Farsi.
O Pr. Robert Asseriyan foi preso em 21 de maio, dois dias depois de a igreja recusar-se a interromper voluntariamente seus cultos em Farsi. Ele está detido na conhecida prisão Evin em Teerã.
O Mohabat News, um site destinado a notícias sobre cristãos no Irã, anunciou em 28 de maio que Asseriyan falou por telefone com sua família, dando a informação de que passa bem.
A congregação seria avisada da decisão da igreja em continuar os cultos em reunião em 26 de maio, mas um aviso foi colocado na porta dizendo: “Essa igreja está fechada para a realização de importantes reparações. Por favor, não retorne!”.
Mansour Borji, um cristão curdo nascido no Iraque que atua como advogado pelo grupo de direitos humanos Article 18 (Artigo 18), afirma que a situação indica um problema mais amplo no Irã. Há a real ameaça de fechamento de todas as igrejas em que a língua Farsi é falada.
“Estou certo de que o caso da Igreja Assembléia de Deus no Teerã não será a último”, disse ele a fiéis por email, em 28 de maio. “Se o governo Iraniano conseguir fechar essa igreja, as poucas igrejas remanescentes, que tem cultos na língua Farsi, também cerrarão suas portas.”
Em 2010, o número de cristãos no Irã era de 300 mil, de acordo com o World Christian Database. Esse número é contestado pelo World Watch Monitor, que anunciou no início do mês que essa cifra seria significativamente superior devido a “sistemáticas perseguições e acusações criminais” que enfrentam os Cristãos nesse país.
Historicamente, o governo iraniano tem tolerado os Cristãos de descendência predominantemente armênia e assíria e suas igrejas. No entanto, igrejas que se recusam a cancelar cultos em farsi enfrentam oposição.
Em 2009, a igreja foi ordenada a acabar com seus cultos de sexta-feira, enquanto em 2012 seus líderes foram solicitados a fornecer os números de identidade de todos os membros.
Não se sabe se a igreja continuará na tentativa de realizar os cultos, mas Borji esclareceu que o governo está usando a prisão de Asseriyan e a detenção de outros pastores, como uma ferramenta de barganha.
“Autoridades têm explicitamente deixado suas intenções claras: ‘cultos em farsi tem que parar! não podemos permitir que isso continue… É melhor que fechem vocês mesmos para que possam manter o prédio e continuar os cultos como uma congregação Armênia. Só então poderemos considerar a libertação de seus pastores’”, disse ele.
Quatro líderes da Assembléia de Deus na cidade sulista de Ahwaz também estão na prisão, após receberem uma sentença de um ano pela corte de apelação no início desse mês.
Para Borji, o futuro da Igreja no Irã é sombrio.
“Estava claro para a maioria de nós que o que as autoridades Iranianas buscavam era o fim de todas as manifestações de adoração Cristãs” disse ele. “Eu sei que alguns de meus colegas pastores tentarão oferecer perspectivas espirituais e palavras de conforto sobre as oportunidades de crescimento vindas da perseguição. Eu, no entanto, farei a minha parte para proteger o direito dos Cristãos de cultuar livremente.”
O Irã é o número 8 na Lista World Watch de 50 países onde a opressão a Cristãos é mais severa. A lista, publicada anualmente pelo Open Doors International, um ministério para cristãos que se encontram sob opressão em razão de sua fé, diz que autoridades Iranianas mantêm uma vigilância severa às atividades cristãs, especialmente aquelas que atingem os muçulmanos que enfrentam pena de morte por abandonar o Islamismo.