IRÃ: Cinco cristãos iranianos enfrentam processos de acusações políticas

Mohammad Roghangir, Surush Saraie, Eskandar Rezaie, Shahin Lahooti e Massoud Rezaie foram acusados de perturbação da ordem pública, evangelização, agir contra a segurança nacional e uma atividade na internet contra o sistema.

IRÃA Christian Solidarity Worlwide (CSW) recebeu notícias sobre o processo de cinco membros da denominação “Igreja do Irã”, detidos desde 12 de outubro de 2012, na Revolutionary Court in Shiraz (Tribunal Revolucionário em Shiraz), província de Fars.

Cinco membros da denominação Igreja do Irã compareceram ante o juiz da 14ª Vara da Corte Revolucionária, em 10 de março e receberam termos de fiança exorbitantes. O julgamento era esperado para começar em 10 de março; entretanto, durante audiência na corte, o Juiz Sadati estabeleceu fiança para Mohammed Roghangir de U$ 200,000, enquanto para cada um dos outros a fiança ficou em U$ 80,000. Nenhuma data foi marcada para a continuação do julgamento.

Os cinco homens estavam entre sete pessoas presas em 12 de outubro de 2012, durante um ataque surpresa feito pelo serviço de segurança, à noite, em uma casa em Shiraz, onde acontecia uma reunião de oração. Eles foram mantidos inicialmente em Plaque 100, o conhecido centro de detenção do Ministério de Inteligência, antes de serem transferidos para Abel-Abad, onde eles foram detidos separados dos outros prisioneiros.

De acordo com a agência de comunicação iraniana Mohabat News, o processo de quatro iranianos cristãos presos em 08 de fevereiro de 2012, sob acusação de participarem de cultos domiciliares, evangelização e promoção do cristianismo, tendo contato com pastores cristãos do exterior, distribuindo propaganda contra o regime e perturbando a segurança nacional, ainda está em andamento na terceira seção da Revolutionary Court em Shiraz. Mohabat News informa que Mojtaba Seyyed-Alaedin Hossein, Mohammad-Reza Partoei (também conhecido como Koroush) , Vahid Hakkani e Homayoun Shokouhi, que também foram presos numa reunião de igreja domiciliar e detidos na prisão Adel-Abad, foram levados em sequência para várias aparições no tribunal. Durante a sua última aparição, em dezembro de 2012, o juiz-presidente anunciou que determinaria um veredicto após o final das celebrações de Norouz.

O diretor jurídico da CSW, Andrew Johnston disse: “Mais uma vez, cristãos iranianos enfrentam acusações redigidas em termos políticos que, na verdade, brotam das suas escolhas de fé e desejo de exercitarem o direito de adorarem em comunidade, com outros, como garantido no artigo 18 Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos (International Covenant on Civil and Political Rights – ICCPR) do qual o Irã é participante. Ademais, os homens da “Igreja do Irã” enfrentam uma acusação adicional de terem, supostamente, se entregado à atividade subversiva na internet, apesar se terem sido presos em um encontro de oração. Tendo em mente que o acorrentamento de presos é ilegal pelas leis iranianas e que o Irã é um signatário do ICCR, CSW conclama as autoridades iranianas a se aterem à legislação e respeitarem o direito à liberdade de religião ou crença por inteiro, incluindo o direito de todos os cidadãos de manifestarem suas crenças em comunhão com os outros.” 

Fonte: CSW
Tradução: Edmilson Almeida e Jorge Alberto

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