Islâmicos Radicais ‘controlam grande parte do norte da Síria’

Várias cidades dizem estar sob o completo controle do grupo Islâmico ISIS

2763875FOTO – Vila de Maaloula 


Uma nova pesquisa em cidades Sírias, realizada pela CNN, sugere que grande parte do norte da Síria caiu sob o controle de grupos radicais Islâmicos.

A CNN alega que militantes Islamitas, liderados por um grupo chamado Estado Islâmico do Iraque e Síria (ISIS), estão tentando impor na região uma rígida ideologia Islâmica.

É dito que o ISIS tem controle completo de várias cidades na região, incluindo Keftin, Tal Rifat, Azaz, Ad Dana, Dar Ta Izzah, Binnish, Taqqa, Ma’arrat, Misrin, Jarablus e Al-Bab, enquanto muitos outros dizem conter uma forte “presença” ISIS.   

O efeito disso em grupos minoritários da região, incluindo os Cristãos da Síria, é uma causa de crescente preocupação. 

Recentemente, o ISIS esteve implicado no que tem sido descrito como o “maior e mais sério massacre” de Cristãos desde o começo da guerra civil Síria.

O Arcebispo Selwanos Boutros Alnemeh, Metropolitano de Homs e Hama, estava conversando com Fides sobre Sadad, uma cidade predominantemente Cristã invadida por milícias Islâmicas em 21 de outubro, antes ser retomada pelo exercito Sírio em 31 de outubro. Histórias de 45 civis sendo mortos e jogados em túmulos coletivos foram contadas.

“O que aconteceu em Sadad é o mais sério e maior massacre de Cristãos na Síria dos últimos dois anos e meio,” ele disse. “É o maior massacre de Cristãos na Síria e o segundo maior do Oriente Médio depois do da Igreja de Nossa Senhora da Salvação no Iraque em 2010. Nós gritamos para o mundo, mas ninguém tem nos ouvido. Onde está a consciência Cristã? Onde está a consciência humana? Onde estão meus irmãos?”

Enquanto isso, em Raggah, houve relatos de Bíblias e outras literaturas Cristãs sendo queimadas em frente à Igreja Católica Grega Nossa Senhora da Anunciação e uma cruz arrancada do topo da Igreja Armênia em Tal Abyad e sendo incendiada.

O ISIS foi culpado por esses ataques e também por aqueles de 25 de setembro, quando as Igrejas Armênia e Católica Romana em Raggah foram profanadas.

Rami Abdul Rahman, do Observatório Sírio para os Direitos Humanos, disse: "ISIS é o grupo mais forte no norte da Síria – 100% – e qualquer um que te disser qualquer outra coisa está mentindo."

Tudo isso está levando a uma crescente sensação de mal-estar entre os Cristãos da Síria, que estão assustados com a violência contínua e com medo de sua posição na guerra como uma ferramenta de propaganda para o presidente Bashar al-Assad. Eles têm dito repetidamente que não querem tomar partido na guerra civil.

O mundo reagiu fortemente à recente violência na vila de dominação Cristã de Maaloula e há uma apreciação crescente entre o mundo ocidental de que as forças rebeldes estão saturadas com a presença de militantes Islâmicos.

Ataques aos Cristãos e sua igrejas evocaram a simpatia do Ocidente Cristão e causaram maior suspeita a ser levantada contra aqueles opostos ao regime Sírio.

Enquanto isso, líderes das igrejas dentro da Síria permanecem firmemente opostos às intervenções militares do Ocidente e continuam a chamar por uma solução política através do diálogo.

Em uma entrevista à agência Fides, o Bispo Elias Sleiman, líder da Eparquia Maronita de Latakia do nordeste da Síria disse que “um diálogo entre o regime e elementos moderados da oposição é essencial, apesar do grande desafio ser o fanatismo religioso [porque] os rebeldes moderados e Islamitas começaram a lutar uns contra os outros".

Jean Kawak, um bispo sírio de Damasco, disse ao locutor do programa internacional Alemão Deutsche Welle que os Cristãos se sentem "particularmente ameaçados por determinados grupos Islâmicos radicais…  E Muçulmanos moderados também estão sendo ameaçados".

Ele disse ser "possível" uma reconciliação, mas que "você não pode fazer exigências antes de começar as negociações. Um diálogo real tem de tomar lugar sem precondições”.  

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FONTE: WORLD WATCH MONITOR
TRADUÇÃO: ISABELA EMERICK

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