Joide Miranda: Deus não é incompetente, ninguém nasce homossexual – Leia a entrevista completa!

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FOTO: Joide Miranda e Família

Em entrevista concedida à Assessora de imprensa da ANAJURE, e também administradora do portal Gospel Voice – Jussara Teixeira, o líder cristão e ex-homossexual Joide Miranda dá seu testemunho e diz que preconceito contra homossexuais nas igrejas tem que acabar.

CONFIRA:

Joide chegou a adquirir fama, beleza, dinheiro, poder. Alcançou o status de terceiro travesti mais bonito do Brasil, e seu nome era conhecido por toda a Itália, país onde morava, mas deixou tudo e entregou sua vida a Cristo. Joide Miranda, hoje pastor, pregador e palestrante teve tudo o que o mundo lhe podia proporcionar mas trocou isso pela paz de uma nova vida transformada e regenerada pelo Espírito Santo.

Eu olhava para meus amigos mais velhos e via que uma hora a beleza ia acabar, eu ia ter que pagar alguém para estar do meu lado. Foi fácil para mim? Não! Mas eu decidi deixar aquela vida por que o que eu mais desejava era a paz interior”, contou Miranda nessa entrevista exclusiva ao Gospel Voice, feita por telefone de Cuiabá, onde mora coma esposa Edna e o filho Pedro Henrique.

Como pastor itinerante da Igreja do Evangelho Integral, ele atende centenas de chamados de todo o Brasil de pessoas que querem deixar o estado da homossexualidade. Dirige o ministério Associação Brasileira de Ex-Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Travestis e Trangêneros – ABEX-LGBTT, dedicado a ajudar aqueles que querem deixar o estado da homossexualidade voluntariamente.

Eu me sinto muito pequeno devido à quantidade de pessoas que me procuram e ligam pedindo ajuda”. Em sua experiência ele diz que nas igrejas existem homossexuais que muitas vezes não tem com quem confessar seu problema, por medo de serem excluídos.

“Em todas as igrejas existe o problema”, estima. “Não estou julgando. Não digo que todos estão na prática, muitos lutam contra esses desejos. Muitos sofrem com isso mas tem medo de se expor. Eles temem não ser compreendidos, mas eu sempre digo que este é um pecado como qualquer outro pecado”, conta.

O preconceito e a discriminação, segundo o líder religioso, são as grandes barreiras que impedem das pessoas de se abrir e expor as dificuldades. Segundo ele, muitos vivem uma vida religiosa por abrigarem secretamente desejos e pensamentos carnais, procurando muitas vezes a internet e a pornografia, e gerando com isso um vício.

Segundo Miranda, não se deve condenar pessoas que estão na homossexualidade como sendo um peso para as igrejas. Citando Corínthios capítulo 6:10, ele questiona: “quantos adúlteros estão na igreja, quantos mentirosos, quantos jovens estão louvor e tem uma vida promíscua, quantos pastores são desonestos e não honram as esposas? Então porque o indivíduo está na prática da homossexualidade está condenado? Precisamos parar de rotular esse tipo de pecado”, afirma.

Nesta entrevista, ele conta um pouco sobre sua conversão, terapias para quem deseja deixar a homossexualidade e como exerce o ministério de aconselhamento e apoio a ex-homossexuais.

Gospel Voice: O sr. atende a muitos homossexuais que estão nas igrejas e que o procuram para aconselhamento. Dentre esses, quantos participam ativamente em ministérios?

Joide Miranda: Em todas das igrejas existe o problema. Não estou julgando. Muitos lutam contra esses desejos. Eu não digo que eles estejam na prática. Muitos sofrem com isso mas tem medo de expor o problema. Eles temem não ser compreendidos mas eu digo que este é um pecado como qualquer outro pecado. Eles se sentem constrangidos em falar sobre o assunto e terminam ficando anos e anos sofrendo, acabam achando que Deus é culpado e muitos terminam desistindo. A grande maioria está no ministério de louvor e no ministério de música. Eles tem medo de serem discriminados e não serem aceitos nas igrejas, por isso muitas vezes não falam e não abrem o problema. Além de não terem aquela renúncia, muitos querem andar com suas próprias pernas, com medo de não serem aceitos pelas igrejas, pois muitos não sabem lidar com o problema nas igrejas. Muitos filhos de pastores estão vivendo em estado de homossexualidade dentro das igrejas, infelizmente essa é a realidade.Muitos não vivem na prática mas tem um estado mental de homossexuais. Os que não vivem na prática procuram internet ou a pornografia, o que gera um vício. Aí a pessoa se torna religiosa.É importante dizer que não devemos condenar e sim entendê-los. Nos atendimentos, eles começam a conversar e se identificam comigo, daí começamos a fazer um trabalho maravilhoso.Eu me sinto muito pequeno devido a quantidade de pessoas que me procuram pedindo ajuda.

GV: Como o pecado da homossexualidade afeta a vida espiritual nas igrejas?

JM: Cada um vai prestar contas a Deus, um dia nos apresentaremos diante de Deus. Mas é claro que há uma brecha na igreja, quando a liderança está em pecado.A gente sente então um cansaço maior, dor no corpo, a batalha espiritual é maior, porque sentimos um peso espiritual na igreja.Hoje nós temos vários tipos de Evangelho sendo pregados que não condiz com a Bíblia, então Deus vai honrar a fé de cada um.

GV: O senhor diz isso para que os homossexuais não sejam discriminados nas igrejas?

JM: Não devemos condenar as pessoas que estão na prática da homossexualidade como se estivessem sendo um peso para as Igrejas. Quantos adúlteros estão na igreja, quantos mentirosos, quanto jovens estão no louvor e tem uma vida promíscua e quantos pastores são desonestos, não honram as esposas. Então porque o indivíduo que está na prática da homossexualidade está condenado ao inferno? Precisamos parar de rotular esse tipo de pecado. Em 1º Corinthios 6:10 , fala sobre o pecado do efeminado e sodomita, bem como do ladrão, avarento e maldizente. Quem nunca falou mal de alguém?

GV: O Sr. sofre algum tipo de perseguição de ativistas homossexuais por conta deste trabalho?

JM: Não, primeiro por que eu não condeno, não sou juiz para condenar ninguém. Incentivo as pessoas a olhar para a homossexualidade como um pecado igual aos outros. Tenho como exemplo o meu testemunho. Antes de me converter eu morava na Itália, eu discutia muito com minha mãe e dizia que era assim e ia morrer assim. Ela orava muito por mim. Incentivo as igrejas a olhar para os homossexuais com olhar de compaixão. Eu sei hoje o que leva o indivíduo a viver o estado da homossexualidade. Alguma coisa aconteceu com ele lá na infância. Se falamos que uma pessoa nasceu homossexual estamos chamando Deus de incompetente, e Ele não é. Então antes de discriminar, devemos perguntar a Deus o que levou aquele indivíduo à homossexualidade.

GV: O Sr. sofreu abuso durante a infância?

JM: No meu caso começou aos seis anos de idade. Eu fui abusado por um advogado e eu não tinha um pai presente. Então ao invés das pessoas condenarem, acharem que a pessoa é sem vergonha tem que pensar o que levou àquela situação. O diabo ataca no início, na infância. De 1 a 3 anos a criança tem que receber muito amor. A partir de 3 anos já começa a ter as correções. Tem que colocar limites, dos 4 anos aos 8 é quando as crianças começam a registrar. Existem vários tipos de abuso, rejeição no ventre, palavras de maldição, crianças criadas sem limites. Eu sempre falo para a igreja: Nós precisamos amar essas pessoas e não condená-las. Quando os gays ouvem essa fala minha eles se identificam muito, por isso não sofro retaliações de militantes homossexuais. Eles estão com os pecados expostos, mas muitos estão com os pecados encobertos e se sentem melhores que eles. Nós não somos melhores que eles. Todos pecaram e destituídos estão da graça de Deus. Então precisamos amar.

GV: Muitos homossexuais não tem a quem recorrer. Qual o papel do suporte psicológico na ajuda aos homossexuais que querem mudar sua orientação?

JM: O trabalho psicológico é maravilhoso porque muitas vezes as pessoas não estão satisfeitas com a sua orientação. Então o interior do indivíduo está todo bagunçado. Chamo isso de feridas expostas na alma pelo pecado. Isso serve tanto para heterossexuais quanto para homossexuais. Então as pessoas se convertem, sai do sistema mundano e vem para Jesus Cristo. Aí precisa da ajuda, tanto no lado espiritual como no lado psicológico. Eu explico que uma vez a pessoa convertida, é necessário colocar minha carne na cruz, preciso morrer para esse mundo. O que o apóstolo Paulo diz em Gálatas 2:20, já estou crucificado. A morte pra este mundo nos tira da zona de conforto. Aí eu entro com meu testemunho de vida.

GV: Como foi a decisão de sua conversão?

JM: Quando eu aceitei Jesus, não foi por que minha vida estava de mal a pior, foi uma questão de inteligência. Pois a vida me proporcionou tudo, fama, beleza, poder, dinheiro. Eu cheguei a me tornar o terceiro travesti mais belo do Brasil, na Itália só se ouvia falar do meu nome, eu era famosíssimo lá. Eu olhava para meus amigos mais velhos e via que uma hora a beleza ia acabar, eu ia ter que pagar alguém para estar do meu lado. Foi fácil para mim? Não! Mas eu decidi deixar aquela vida por que o que eu mais desejava era a paz interior. Então quando eu ia dormir, mesmo eu tendo de tudo, eu vi que não tinha uma felicidade plena, mas sim momentos alegres. Me converti em 1991 e decidi morrer para este mundo. Existem algumas tarefas que dependem exclusivamente de nós. Eu decidi morrer, pagar um preço, então Cristo passou a dirigir a minha vida e não mais eu. Eu era dono do meu nariz, não dava satisfação para ninguém mas agora tenho que prestar contas a Cristo, Ele dirige minha vida. Então eu mostro que há uma esperança, por meio da minha própria vida. Hoje todos me vêem pregando, dando palestras, mas ninguém sabe o que eu passei em 91 a 94. Foram muitas lágrimas, muitas noites em claro, lutando contra meus próprios desejos, e colocando minha carne na cruz. ‘Submetei-vos a Deus e resisti ao diabo e ele fugirá de vós’.

GV: Alguns gays utilizam até a Bíblia para justificar sua prática…

JM: Então, muitas pessoas pegam um texto e usam como pretexto para fazer a vontade da carne. A Bíblia não é só para ser lida, ela só faz efeito nas nossas vidas e sim para ser vivida. Na hora certa, no momento certo vai chegar o refrigério, pois o deserto é só uma fase. Hoje estou muito bem casado há 14 anos, amo a minha esposa, Deus purificou minha mente e o meu coração, temos um menino lindo que é o Pedro Miranda, e estamos aí nesse ministério mostrando que ninguém nasce homossexual. O projeto de Deus é a família, e que Deus pode restaurar a mente do homem e da mulher se fizerem as tarefas que dependem exclusivamente de nós.

GV: Ainda hoje existem terapias em igrejas, principalmente nos EUA, que incluem exorcismo para “libertação” dos homossexuais. O que acha disso?

JM: Eu não concordo, por que a Palavra de Deus é suficiente. A psicologia é boa para ajudar o indivíduo na área emocional, mas na área espiritual é a Palavra de Deus. Fiz terapia com psicóloga cristã. Por que a minha identidade estava violada, perturbada. É como os remédios, Deus os usa para curar as enfermidades também. Mas a sua confiança maior tem que estar em Deus. Eu sou totalmente contra o exorcismo. Eu creio, sim, na libertação. Eu preciso de pessoas do meu lado para me ajudar, mas eu preciso ser verdadeiro comigo, aí eu vou encontrar pessoas de confiança, que vão me amar, um ombro amigo. Deus verá a sinceridade do meu coração, e aí virá a libertação. Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará (João 8:32)

GV: De vez em quando aparecem alguns homossexuais dizendo que tentaram mudar sua orientação com ajuda da igreja, mas voltaram a ser gays. O que acontece nesses casos?

JM: Muitos querem entender Deus, e Deus não é para entender. Paulo em Romanos capítulo 12, mostra que precisamos ter um posicionamento diante de Deus. Sacrifício vivo, santo e agradável, mudança de vida, se converter verdadeiramente. Você estará confiante que está prestando um sacrifício vivo, não podemos nos conformar com esse mundo, mas transformar-nos… Tem que encher a mente com as coisas de Deus, transformar a mente, prestando um culto agradável. A consequência do meu pecado, eu tenho que arcar com ela. Hoje eu tenho cicatrizes profundas no meu corpo. Eu olho para elas, e elas não me fazem mais mal, mas antes, sim. Tenho 170 marcas cirúrgicas no meu corpo, por causa da retirada do silicone. Hoje as cicatrizes foram saradas.

GV: A Lanna Holder faz esse discurso, de que já tentou mudar sua orientação por meio da igreja…

JM: Eu vi a Lana Holder dando uma entrevista dizendo que já passou por libertação, já fez desligamento de alma, fogueira santa etc, e nada disso adiantou. Se não houver um arrependimento, não tem como Deus trabalhar. Judas viveu, viu os milagres e fazia parte dos milagres de Jesus, no entanto ele o traiu. Pedro também traiu Jesus, mas a diferença é que ele se arrependeu. Por isso diz em Atos, capítulo 3: arrependei-vos e convertei-vos para que sejam apagados os vossos pecados e venha assim o refrigério do nosso Senhor. Então existem muitas pessoas mortas espiritualmente dentro da igreja culpando a Deus. Mas elas não fazem nada para Deus, não querem pagar o preço, renunciar, viver o Evangelho. Isso é uma tarefa que cada um tem que fazer. Cristo não vai fazer por mim, o Espírito Santo não vai fazer, isso depende de mim. O pecado jaz à porta, cabe a mim dominar. Eu fiquei sete anos sem fazer sexo. E não morri. Eu posso dizer que eu casei virgem, pois eu era uma nova criatura e tudo se fez novo. Então as pessoas não conseguem crucificar a carne.

GV: Como foi seu processo para deixar a homossexualidade?

JM: Oração constante, jejum, lia muito a Bíblia, obediência total, conversava muito com meus líderes, nos momentos de conflito e angústia, Quando você coloca o pecado para fora, ele vai se esvaziando de dentro de você. Mas se não coloca para fora, ele toma força dentro de você. Minha esposa me ajudou muito, orando comigo. Foi uma busca incessante, então eu tomei essa decisão. Você vai apresentando seu corpo em sacrifício, renunciando, chorando, compartilhando, com pessoas que vão te levar uma palavra de Deus, estar junto nos momentos difíceis. Às vezes a gente ora e quer que Deus responda de imediato e Deus tem o tempo dele. É no silêncio que Deus trabalha.

GV: Hoje em dia com o egocentrismo predominando dentro das igrejas, é difícil encontrar alguém que escute e ajude?

JM: Até com as pessoas que você vai compartilhar suas lutas e suas dificuldades você tem que saber a pessoa certa e que realmente vai te ajudar. Hoje infelizmente estão voltados só para si mesmos. Mas quando eu começo a olhar para as outras pessoas e entender a dor do meu irmão, aí Deus começa a cuidar do meu problema, por que eu esqueço para ajudar o meu irmão. Esse evangelho é lindo, e infelizmente não estamos vivendo. Hoje cada um é voltado para si mesmo e para conseguir bens, casa, carro. As igrejas são catedrais faraônicas.

GV: Qual mensagem deixa para os leitores?

JM: Deus é soberano. E ele não falhou quando ele fez o homem e a mulher. Então nós não temos a segunda opção, Deus te fez homem e mulher. Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu filho Unigênito… Muitos podem podem não estar perecendo agora, mas quando estiverem, lembre-se que Deus deu o que tinha de melhor, que foi seu filho Unigênito. A vida da homossexualidade é uma vida carnal. Cedo ou tarde, a frustração vai bater à porta. Eu não conheço nenhum casal homossexual que fez bodas de ouro. Na velhice vem a depressão, a angústia, a solidão, a tristeza e nessa hora, que possam lembrar que Deus deu seu único filho e Jesus sempre esteve e sempre estará de braços abertos. Hoje ele é nosso advogado, temos direito de pedir perdão para ele, e ele esquecer nossas falhas e nos abraçar. O triste é quando o encontrarmos não mais como nosso advogado e sim como nosso juiz. Todos aqueles que quiserem deixar o estado da homossexualidade podem me procurar pois estou de braços abertos para ajudar e não para condenar. Mas venham aqueles que quiserem, eu não ajudo quem não quer. Se está feliz assim, continue, mas se não está satisfeito, pode me procurar. Hoje posso dizer que sou um homem feliz e realizado e a minha família tem um valor que o mundo jamais poderia pagar.

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