Personalidades mundiais clamam por paz
Arcebispo Dieudonné Nzapalainga; Imam Omar Kobine Layama; Rev. Nicolas Guérékoyamé Gbangou; Secretario-Geral da ONU, Ban Ki-moon. (Photo/Eskinder Debebe)
Os três principais líderes religiosos da República Centro-Africana mais uma vez viajaram para a Organização das Nações Unidas, em Nova York, para pedir ao Conselho de Segurança para agir rapidamente em suas recomendações para uma operação de manutenção da paz da ONU, tendo em vista que a violência em seu país continua. Apesar de uma mudança de presidente e a chegada de alguns milhares de tropas de manutenção de paz (embora os 500 soldados prometidos pela União Europeia não tenham chegado conforme o programado), a chacina não diminuiu.
O arcebispo Católico de Bangui, o líder das igrejas Protestantes, e o Imam de Bangui também se reuniram com o secretário-geral da ONU, Ban-Ki-moon, que disse: "Queremos passar uma mensagem essencial: que o conflito na República Centro-Africana não se trata de religião".
Ban descreveu os três prelados, e sua iniciativa conjunta de "plataforma para a paz", como um "poderoso símbolo da longa tradição de coexistência pacífica em seu país… Afiliações religiosas e étnicas estão sendo manipulados para fins políticos", disse ele. A República Centro-Africana tem sido assolada pela violência.
Uma coalizão de grupos rebeldes Islâmicos, liderados por Michel Djotodia sob a bandeira Séléka, atravessou o país para expulsar o presidente François Bozizé. Djotodia assumiu o controle de um governo de transição, enquanto elementos Séléka continuaram uma campanha de pilhagem, estupro e assassinato, com um foco particular em comunidades Cristãs.
"Muitos líderes de igrejas que entrevistamos na RCA observaram que junto com os aspectos militares e políticos da mudança política estava a intenção de islamizar o país", disse Arne Mulders, uma especialista em pesquisa, à Portas Abertas Internacional, uma instituição de caridade que fornece ajuda aos Cristãos sob pressão por causa de sua fé.
Djotodia renunciou em janeiro e a Assembleia Nacional designou Catherine Samba-Panza como presidente, fazendo dela a primeira mulher presidente da RCA. Como a influência Séléka diminuiu e os rebeldes retiraram-se para o norte e para os vizinhos Chade e Sudão, os Muçulmanos locais que foram percebidos como cúmplices do Séléka têm enfrentado ataques de milícias de autodefesa, conhecidos como Anti-Balaka.
Adicionando suas vozes aos apelos globais na ONU pela paz, dois cantores de renome pediram o fim da violência na RCA. O cantor do Senegal e uma vez ministro, Youssou N'Dour, e a cantora Centro Africana Idylle Mamba, artistas respectivamente Muçulmano e Cristã, promoveram uma mensagem de paz e tolerância em um single intitulado "One Africa" (Uma África), no qual cantam em dueto.
"De Dakar a Bangui, vamos ser orgulhosos e fortes pela África. Vamos sair da escuridão e celebrar a paz em música'', disse o dueto, que fala que a religião não é uma fonte de divisão, mas uma fonte de riqueza.
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FONTE: World Watch Monitor
TRADUÇÃO: Isabela Emerick l ANAJURE