Padre sírio e quatro mulheres sequestradas são libertos

NOTA: Todos os reféns foram liberados.

Rev Hanna

Rev Hanna junto a algumas crianças e adolescentes em imagem registrada em 2008.

 

O Rev. Hanna Jallouf foi sequestrado no dia 5 de outubro na vila Qunaya (Knayeh), que fica localizada na provincial de Idlib, situada a apenas 8 quilômetros da fronteira turca, uma área onde a frente al-Nusra e outros grupos rebeldes tem lutado contra o exército sírio por três anos. Um adicional de 20 pessoas, quatro delas mulheres, também foram levados. Os superiores da ordem religiosa Franciscana Jallouf disseram que eles suspeitam que elementos da frente al-Nusra foram responsáveis pelos sequestros.

Georges Abou Khazen, Vigário Apostólico de Aleppo para os católicos do rito latino, disse à agência de notícias Fides que as quatro mulheres haviam sido libertas em 08 de outubro e que Jallouf foi devolvido ontem (09). Os demais reféns também foram liberados, de acordo com a Agência Fides.

Acredita-se que várias crianças estão entre os sequestrados. Três freiras franciscanas que administram um centro da juventude e um dispensário na vila estavam dentro do Convento São José no momento dos sequestros e escaparam da captura.

Militantes do IS tomaram o controle da vila Qunaya e da região circundante no ano passado, forçando igrejas a remover suas cruzes, proibindo o toque dos sinos da igreja e exigindo que as mulheres cubram o rosto com véu. Estima-se que 700 famílias católicas vivem na pequena vila e nas proximidades.

Mas quando os militantes do Estado Islâmico se mudaram para o leste no final de 2013, os jihadistasda Al-Nusra assumiram. Alegadamente o grupo, que tomou controle de ambas as vilas Cristãs e muçulmanas da área, havia recentemente confiscado o passaporte do padre Hanna.

De acordo com o padre Pierbattista, os Cristãos do Qunaya estavam sendo acusados falsamente de "colaborar" com o regime do presidente sírio Bashar al-Assad. Uma fonte em Aleppo disse à AFP que o convento foi completamente saqueado e outro relato alegou que os rebeldes tinham tomado essas relíquias e documentos da igreja para usar como "evidência" contra os Cristãos, para julgá-los perante um tribunal que usa a sharia. Entretanto, o padre Pierbattista não confirmou nenhuma destas alegações.

Um ativista sírio contatado depois do sequestro disse à AFP que a Al-Nusra estava tentando tomar o controle de algumas das propriedades franciscanas em Qunaya, o que haviam sido combatidos pelo padre Hanna na semana passada.

De acordo com a fonte de Aleppo da AFP, os rebeldes Al-Nusra estavam “zangados com o padre Hanna porque ele se recusou a dar-lhes uma parte das azeitonas colhidas de árvores nas terras do convento”. O senhor de 62 anos tem vivido em Qunaya durante os últimos 12 anos, um dos 19 trabalhadores franciscanos servindo atualmente no país. Ordem religiosa de católicos que ainda usa o rito latino, os franciscanos têm ministrado na Síria pelos últimos oito séculos.

Em abril, um padre jesuíta holandês que se recusou a deixar a aguerrida cidade síria de Homs, Frans van der Lugt, foi morto por assassinos ainda não identificados em seu jardim.

Duas semanas atrás, um desertor do IS em Raqaa disse à BBC que um padre jesuíta italiano, padre Paolo Dall'Oglio (que desapareceu em julho de 2013 depois de visitar a sede do ISIS para tentar dialogar) ainda está vivo, mas é, aparentemente, um refém.

Dois bispos de Aleppo, Yohanna Ibhahim e Boulo sYazji, foram sequestrados em abril de 2013, e não há nenhuma noticia sobre eles há algum tempo.

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FONTE: World Watch Monitor
TRADUÇÃO: Isabela Emerick l ANAJURE

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