Neste dia 28/01, foi publicada uma matéria no jornal impresso e na versão online do Estadão com o título “Cresce atuação de grupos evangélicos no Supremo” (veja aqui), com a qual, inclusive, nossa assessoria de imprensa e presidência se dispuseram a contribuir, repassando informações e se disponibilizando para entrevistas, por respeito ao trabalho jornalístico brasileiro. Todavia, observamos haver uma mistura intencional de pautas, apesar de termos ficado acessíveis enquanto fonte direta.
O sentido construído pelo Estadão é elaborado não só na tendenciosidade do texto, mas também pela foto escolhida e recursos de outras reportagens intercaladas ao longo da postagem, vinculando assuntos que não tratavam da ANAJURE e que podem produzir um efeito leitor confuso, a começar pelo fato de que iniciam o post lembrando que o Supremo Tribunal Federal (STF) pode ter um ministro evangélico, como se nosso trabalho tivesse algum vínculo com tal decisão ou se o nosso foco atual fosse esse.
Apesar de termos sido procurados pelo Estadão para uma matéria que falaria do trabalho da ANAJURE no STF e termos enviado fotos nossas, a foto escolhida trazia apenas o Ministro Dias Toffoli, presidente do STF, com uma legenda que mencionava a religião dele, católica, e a existência de, conforme nomeado pelo Estadão, um “lobby” evangélico: termo que, popularmente, no Brasil, é associado à corrupção ou interferência ileal e ilegítima. Certamente o veículo poderia escolher uma expressão menos dúbia e mais próxima da realidade, como “trabalho técnico”, por exemplo, pois é isso o que fazemos, como demonstrado e exaustivamente apresentado ao Estadão. Mas a narratividade escolhida desde o lead condiciona um espaço de interpretação que foca no que chamaram de atuação em torno de uma “pauta de costumes”, o que nem de longe abrange o que de fato temos feito e fazemos ao longo de todos esses anos de existência.
Ressaltamos: nosso trabalho é técnico, legítimo, conforme a Constituição e as leis do nosso país, e faz parte de um processo democrático que ouve diferentes vozes, como ressaltado por entrevistados da matéria pertencentes a outros grupos.
Por fim, destacamos que a liberdade de imprensa, e os direitos humanos fundamentais, existem por causa do intenso trabalho de instituições como a nossa, herdeiros que somos dos mais importantes princípios históricos da Reforma Protestante do século XVI. Mas tendenciosidade sempre será combatida por nós pois acreditamos no bom jornalismo.
Brasília-DF, 28 de janeiro de 2020
Assessoria de Imprensa da ANAJURE