Norte do Iraque não é mais um local seguro para os cristãos

Já considerado relativamente um paraíso seguro, o norte Curdo está cada vez mais perigoso

Tom_Blackwell_518_344A capital curda de Erbil é uma das várias cidades onde atentados deixaram os cristãos inseguros. (Tom Blackwell / Flickr / Creative Commons)


O aumento na violência contra Cristãos no norte do Iraque tem aumentado o fluxo de Cristãos que deixam o país.

O norte, considerado uma área relativamente segura do país, tinha se tornado o lar de muitos cristãos que fugiam das tumultuadas regiões central e sul.

Entretanto, vários atentados com bombas no norte nos últimos meses têm causado pânico na comunidade Cristã.

Em 22 de setembro, um homem-bomba cometeu atentado no jardim da casa do político Cristão Emad Youhanna em Rafigayn, na Província de Kirkuk, ferindo 19 pessoas, incluindo três dos filhos de Youhanna.

Vários ataques à bomba aconteceram no norte da cidade de Erbil, tendo a Al-Qaeda assumido a responsabilidade.

No início de setembro, Cristãos no vilarejo de Deshtakh se queixaram de que estavam sofrendo ameaças da polícia local.

Um grupo de jovens Cristãos relatou que o policial disse que eles “não deveriam estar no Iraque porque ali era território Mulçumano”.

A violência no sul do país também está aumentando. Líderes eclesiásticos em Bagdá disseram que ocorrem ataques aos Cristãos a cada dois ou três dias.

Um porta-voz da Open Doors, um grupo de caridade Cristão que apoia Cristãos perseguidos por causa da sua fé, disse que apesar de muitos escolherem ficar, o medo é que se a violência continuar,  eles não terão outra alternativa a não ser ir embora.

“É necessidade urgente orar pelo futuro do Cristianismo neste país,” disse ele. “Se a tendência atual continuar, pode ser que não existam Cristãos no Iraque em 2020.”

Alguns comentaristas relembram que dezembro de 2011 foi determinante para os Cristãos no Iraque, após uma série de ataques em lojas de Cristãos.

Desde aquela época, a violência contra Cristãos no norte Curdo aumentou, com alguns sendo sequestrados e assassinados nessa área que já foi considerada relativamente segura.

Em março de 2012, um professor Americano foi morto em Sulaymaniyah, o que foi outro choque para a comunidade Cristã.

Enquanto isso, o governo local Curdo tem discutido formas de monitorar atividades Cristãs e acusado vários professores de Inglês ocidentais de serem missionários Cristãos. Agora está muito mais difícil para ocidentais conseguirem permissão de trabalho no país.

Cristãos no Iraque são claramente identificáveis. Muitos usam crucifixos ou têm símbolos Cristãos nos portões de suas casas.

O Iraque é o nº 4 na World Watch List, que numera os 50 países nos quais os cristãos sofrem mais perseguição por causa da fé.

“Cristãos no Iraque estão em vias de extinção. Grande número de cristãos perseguidos fugiu para o exterior ou para (até recentemente) a segura região Curda, onde enfrentaram desemprego e falta de ensino, assistência médica e habitação. A Igreja encara muitos desafios – membros são mortos ou sequestrados, e há falta de líderes capacitados”, relata a World Watch List.

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FONTE: WORLD WATCH MONITOR
TRADUÇÃO: TÉRCYO DUTRA

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