[Casa de uma família em um campo de refugiados libaneses / Agosto de 2016 / WWM]
Um em cada 113 habitantes da terra é considerado refugiado, de acordo com a ONU. No encontro ocorrido no dia 19 de setembro, na Assembleia Geral em Nova York, a Organização das Nações Unidas adotou a “New York Declaration for Refugees and Migrants”, cuja finalidade foi buscar uma abordagem mais humana e coordenada com relação aos refugiados e migrantes. No encontro, o Secretário Geral da ONU, Ban Ki-moon, instigou os líderes mundiais a juntos “se comprometerem em garantir os direitos e dignidade de cada pessoa forçada a fugir de sua casa por qualquer circunstância, a procura de uma vida melhor”.
Em comparação a proporção global, 1 em cada 5 pessoas no Líbano é refugiada. É sem dúvidas o país com o maior número de refugiados por habitante, perdendo apenas para a Turquia em número de aceitação de refugiados provenientes da Síria (dois milhões) – no momento com 1,4 milhão.
Um impressionante vídeo filmado no interior de um acampamento libanês para refugiados sírios apresenta as miseráveis condições de vida que a Declaração de Nova York almeja alcançar. Produzido pelo Portas Abertas, uma organização que apoia cristãos perseguidos em razão de sua fé, o mesmo fora filmado através de uma câmera 360º que permite ao espectador alterar o ângulo da câmera a qualquer momento e em qualquer direção, ao clicar do mouse.
O vídeo de 3’32’’ começa com a equipe de filmagem se dirigindo ao campo de refugiados. O narrador pede para o espectador “olhar à direita”, em direção às montanhas que separam o Líbano da Síria – e ao olhar as montanhas, o espectador deve utilizar o seu mouse para interagir com o filme. Dentro do campo, o filme mostra algumas pessoas forçadas a viverem por um longo período em tendas improvisadas, após fugirem da Síria.
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Do outro lado da fronteira montanhosa ainda há muitos sírios em busca de abrigo, antes de tentar deixar o país. A população da Síria sofreu a “maior crise global de deslocamento”, destacou a ONU – mais da metade dos 22 milhões de habitantes que lá viviam antes da guerra já deixaram suas casas. Por volta de 7,6 milhões sírios estão deslocados dentro de seu próprio país, enquanto os últimos dados mostram que 4,8 milhões são refugiados externos. A ONU estima que dos 1,8 milhão de cristãos que viviam na Síria antes dos confrontos, apenas entre 600.000 – 800.000 permanecem dentro do país.
A cidade de Aleppo tinha uma das maiores concentrações de cristãos na Síria antes da guerra, mas o número diminuiu de 250 mil para menos de 40 mil, de acordo com a Portas Abertas. A cidade sitiada tem sido linha de frente na disputa pelo governo, em sua grande parte por forças rebeldes e pelo Estado Islâmico.
A maioria dos refugiados sírios estão em países vizinhos da Turquia (mais de 2 milhões), Líbano (1,4 millhão) e Jordânia (623.000). Muitos são forçados a viver em campos no deserto em péssimas condições, longe das cidades onde poderiam ter melhores chances de encontrar trabalho.
Um número estimado de um milhão de sírios já se dirigiu à Europa, Américas e Austrália.
Milhares de cristãos também deixaram o Iraque, ou estão como deslocados internos em razão do conflito envolvendo o Estado Islâmico. Mossul, a segunda cidade iraquiana ocupada pelo Estado Islâmico, era a casa de uma das maiores comunidades islâmicas no Oriente Médio na época da invasão norte-americana de 2003. Do outro lado do rio Tigre, a antiga cidade de Nínive (citada pelo livro de Jonas no Antigo testamento) tem sido casa para milhares de cristãos por dois milênios. Agora, os referidos cristãos estão prestes a entrar em extinção.
O número exato de cristãos que fugiram da Síria e Iraque é desconhecido, mas a OD World Watch Research Unit calcula que 1 em cada 4 refugiado seja cristão.
Na Europa já existem alguns casos conhecidos de refugiados que buscam evitar centros de transição de refugiados por temerem ser alvos de crimes motivados por questões religiosas.
Cristãos que vivem em campos de transição na França têm sido assediados – um aparentemente assassinado – por outros imigrantes do Oriente Médio. Cristãos em centro de refugiados na Alemanha têm enfrentado abusos motivados por questões religiosas e sofrido ataques violentos de outros refugiados e oficiais de segurança muçulmanos. Muçulmanos que se convertem ao cristianismo, em razão de serem considerados ‘apóstatas’, são especialmente vulneráveis.
Clique aqui e arraste o vídeo para visualizar o campo em 360 graus.
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Fonte: World Watch Monitor
Tradução: Natammy Bonissoni l ANAJURE