Advogado diz que condenações de homicídio são baseadas em evidências 'circunstanciais'
Igrejas da Índia estão pedindo um apelo das sentenças proferidas em 3 de outubro para sete homens condenados pelo assassinato de um líder Hindu de destaque em 2008.
"Os sete cristãos são inocentes", disse o Rev. Charles Irudayam, secretário-executivo do Escritório de Justiça, Paz e Desenvolvimento na Conferência da Índia dos Bispos Católicos. "A decisão é errada e injusta. Exigimos a libertação dos sete inocentes, condenados sem provas", disse através de um comunicado emitido da agência de notícias Católica Agenzia Fides.
Um oitavo acusado, Pulari Rama Rao, líder no movimento comunista Naxalite da Índia, também foi condenado à prisão perpétua.
As oito pessoas estavam entre os 14 que o governo suspeitava de terem realizado o assassinato de Swami Laxmanananda Saraswati, que era um monge Hindu e um ativista que lutava pelo bem-estar de muitos indígenas da Índia, e também de pobres e tribos. Uma multidão de cerca de 50 pessoas cercou o refúgio onde estavam os oito acusados, e vários abriram fogo. As mortes desencadearam uma onda de violência, em grande parte dirigida a Cristãos, a quem muitos Hindus furiosos consideraram como responsáveis.
A violência após o assassinato de Saraswati deixou cerca de 40 mortos, alguns deles arrastados de suas casas e queimados. Milhares de Cristãos fugiram de suas aldeias. Lares cristãos, igrejas e alguns orfanatos foram queimados.
Os oito réus, em um tribunal distrital na cidade rural de Phulbani, foram condenados por assassinato, conspiração criminal, reunião ilegal e tumultos, no dia 30 de Setembro. Dois também foram considerados culpados de violar as leis de armas.
"Além de Rao, os outros sete que foram condenados são Cristãos e mataram Saraswati, porque ele estava convertendo Cristãos ao Hinduísmo", declarou o advogado de acusação Bhagaban Mohanty ao Serviço de Notícias Indo-Asiático após o veredicto.
"O juiz condenou-os puramente com base em provas circunstanciais e a deposição de testemunhas," afirmou o serviço de notícias Mohanty.
A promotoria pediu a pena de morte. Em vez disso, outro juiz distrital e de sessões de Kandhamal, Rajendra Kumar Tosh, governando a partir de uma corte na capital de Orissa, Bhubaneswar, proferiu sentenças de prisão perpétua.
O advogado dos sete disse ao Times of India "que certamente vai recorrer" das condenações e sentenças ao Supremo Tribunal de Orissa.
"Não havia provas contra os meus clientes e eu gostaria de aconselhá-los a ir à alta corte de Orissa", afirmou o advogado Bijay Mishra, segundo o jornal.
Defensores de Cristãos disseram que as condenações são consistentes com um padrão maior de pressão sobre os Cristãos.
"É realmente uma história de partir o coração da Índia moderna", Sajan George, presidente do Conselho Global de Cristãos Indianos, disse à Agência Fides. "Sete pessoas já perderam cinco anos preciosos de suas vidas na prisão sem um julgamento justo. E milhares de outros Cristãos que sobreviveram à onda mais brutal de ataques, ainda estão vivendo no medo. Promotores e juízes têm intencionalmente atrasado o julgamento. O Judiciário é influenciado por grupos Hindus nacionalistas e extremistas".
Seis dias após as sentenças serem proferidas, o mesmo tribunal Phulbani, citando a falta de provas, absolveu cinco réus acusados de incendiar uma casa durante a onda de violência de 2008, que seguiu o assassinato de Saraswati. George disse ao site Católico de notícias asianews.it que a decisão, vindo logo após a condenação dos sete homens Cristãos, serve para ilustrar o que ele disse quanto a uma inclinação de justiça contra a minoria Cristã da Índia.
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FONTE: WORLD WATCH MONITOR
TRADUÇÃO: LARISSA LUNELLI