Em seu primeiro "diálogo interativo" com a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, em 24 de outubro, Relatora Especial da ONU falou sobre a situação dos direitos humanos na Eritreia e instou o governo da Eritreia a garantir que seu povo “viva com dignidade" e a desafiar violações dos direitos humanos "sem a ameaça de represálias".
Durante a reunião da Assembleia Geral em Nova York, a Relatora Especial declarou que estava "extremamente preocupada com a situação dos direitos humanos na Eritreia, onde estão sendo cometidas as mais graves violações dos direitos humanos". Seu relatório sobre a Eritreia detalha "mortes extrajudiciais, desaparecimentos forçados e detenções incomunicáveis, prisões e detenções arbitrárias, tortura, condições desumanas de prisão, serviço nacional por tempo indeterminado, e falta de liberdade de expressão e de opinião, de reunião, de associação, de crença religiosa e de movimento".
O diálogo foi a primeira vez que a Relatora Especial se envolveu formalmente com a Assembléia Geral, e representou um importante avanço para aqueles que pretendem colocar um holofote sobre os direitos humanos na Eritreia.
Mais tarde, as organizações Human Rights Concern Eritreia, CSW, Anistia Internacional, Federação Internacional de Direitos Humanos e a Human Rights Watch organizaram uma reunião sobre a Eritreia, em que cinco vítimas Eritreias deram seus testemunhos pessoais, incluindo o jovem de dezesseis anos, Meaza Petros Salomão, que falou de seu pai ter sido detido e ficado incomunicável desde 18 de setembro de 2001, e sua mãe desde 2004.
Elsa Chyrum, diretora da Human Rights Concern Eritreia disse: "Embora a situação dos direitos humanos seja extremamente alarmante na Eritreia, esta é a primeira vez que isso foi levado ao conhecimento da Assembleia Geral, pela Relatora Especial da ONU. É claro que a recente tragédia ocorrida em Lampedusa, que resultou na perda de mais de 350 vidas, cuja grande maioria era da Eritréia, teve um impacto sobre as consciências de muitos governos estaduais, levando à formulação de perguntas relacionadas com as causas das pessoas que estavam fugindo. Esperamos que a comunidade internacional pressione mais o governo da Eritreia, e que pare de abusar e violar os direitos do seu próprio povo".
Mervyn Thomas, Diretor Executivo da Christian Solidarity Worldwide (CSW), disse: "Esta é a primeira vez que a tragédia doméstica dos direitos humanos na Eritreia tem sido discutida pela Assembleia Geral da ONU e é o culminar de um trabalho árduo e significativo, feito por organizações como a Human Rights Concern Eritreia e a CSW. No entanto, este é apenas um pequeno passo em direção ao nosso objetivo final: a busca pela justiça e uma mudança real para todos os Eritreus. Elogiamos a Relatora Especial por sua declaração à Assembleia Geral e instamos a comunidade internacional a se juntar a ela para se expressar contra as atrocidades em curso na Eritreia, e formular urgentemente medidas eficazes para acabar com o sofrimento".
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FONTE: CSW
TRADUÇÃO: FELIPE AUGUSTO