A Christian Solidarity Worldwide (CSW) e a ANAJURE tem apelado às autoridades do governo britânico e do Governo Brasileiro para que ambos pressionem os Ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia e a comunidade internacional para discutir o caso dos refugiados Rohingya que estão atualmente encalhados no mar de Andaman. O pedido é que a comunidade internacional possa também interceder junto às nações do Sudeste Asiático, principalmente, Tailândia, Malásia e Indonésia, a fim de que possam receber estes refugiados, pois são vítimas de implacável perseguição religiosa. [Click aqui e veja a Nota Pública da ANAJURE]
A BBC relata que centenas de refugiados Rohingya estão encalhados em barcos há mais de uma semana sem comida ou água depois de serem recusados a entrar na Tailândia. Dez pessoas, supostamente, já morreram, enquanto os sobreviventes tem sido forçados a beber sua própria urina para sobreviver.
Mervyn Thomas, Chefe Executivo da CSW, disse: "Nós temos escrito ao Ministério das Relações Exteriores para pedir uma declaração pública do Ministro dos Negócios Estrangeiros instando a Tailândia, Indonésia e Malásia a desistirem de enviar de volta para o mar os barcos Rohingya. Nós invocamos à Associação das Nações do Sudoeste Asiático (ASEAN) como um todo para trabalhar por uma solução humana e justa para a crise de refugiados, incluindo medidas para resgatar aqueles no mar."
Os Rohingya estão entre os povos mais perseguidos na Birmânia. Em 1982, uma nova lei de cidadania removeu sua cidadania e tornou-os apátridas. A lei tem um impacto muito sério na população Rohingya no país, cerca de um milhão de pessoas, que continuam a viver sem direitos de cidadania, como o direito ao voto, direito de circular livremente e acesso a serviços básicos.
A questão da cidadania tem consequências sociais mais amplas, uma vez que continua a ser uma das muitas questões alimentando a recente violência no estado de Rakhine (Arakan), entre a maioria da população budista Rakhine e os mulçumanos predominantemente Rohingyas. Muitos Rohingyas fugiram do país, arriscando suas vidas em barcos em mar aberto, ou estão vivendo em acampamentos para pessoas deslocadas, com ajuda e assistência inadequadas, e sem liberdade de locomoção. Além disso, o estado tem restringido o acesso de ajuda humanitária no Estado de Arakan, deixando os mulçumanos Rohingyas em horrendas dificuldades.
A CSW também está invocando o Secretário Geral das Nações Unidas para conduzir pessoalmente uma resposta à crise de refugiados e abordar as causas profundas, negociando com o Governo da Birmânia por um acesso humanitário ao Estado Rakhine sem obstáculos.
Mervyn Thomas acrescenta: “O mundo está nas garras de uma crise de refugiados sem precedentes, com muitas pessoas fugindo de conflitos, instabilidade e violações de direitos humanos, incluindo perseguição por causa de sua etnia ou crenças religiosas. A comunidade internacional deve se unir para resolver estas questões, e a União Européia, ASEAN e outras nações devem colaborar a fim de prover alívio para os requerentes de asilo encalhados no mar do sudoeste asiático ou surgindo às margens do Mediterrâneo.”
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Fonte: CSW
Tradução: Gustavo Buriti l ANAJURE