Quebrando o silêncio em Bangladesh: o tráfico de crianças cristãs para escravidão sexual e trabalho forçado

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Mais de 140 crianças foram resgatadas de centros de treinamento Islâmicos (madrassas) nos últimos nove meses, sendo que a maioria delas foi alvo de ações por sua fé Cristã. As meninas, metade das crianças resgatadas, relataram que eram obrigadas a fazer trabalho forçado e a serem escravas sexuais.

Novas informações vieram à tona sobre o tratamento dispensado às meninas resgatadas das madrassas no início do ano. “Elas foram forçadas a se converter ao Islã”, disse Akash, contato da International Christian Concern (ICC), cujo nome foi modificado por questão de segurança. “As garotas eram obrigadas a usar véu o tempo todo. Algumas trabalhavam como escravas em casas de famílias muçulmanas, onde apenas se alimentavam uma vez ao dia”.

As garotas resgatadas recebiam a informação de que estudariam em uma escola Cristã e teriam treinamento para se tornar esteticistas. Contudo, após completarem a esgotante viagem de suas vilas até a capital Dhaka, descobriam que tudo era mentira. “Ao invés de treinamento no Salão Estético, nós éramos forçadamente enviadas a hotéis para comércio sexual”, explicou uma das garotas.

O RESGATE

Ano passado, Akash estava vendendo passagens de ônibus para uma companhia de transporte de Bangladesh, quando notou que um homem chamado Norbert Tripura frequentemente viajava para Dhaka com um grupo de crianças. Quando perguntou o que ele estava fazendo, Norbert respondeu que estava levando as crianças para uma escola missionária Cristã “onde elas se alimentariam e viveriam em conforto e com boa educação”. Esperançoso de que sua filha tivesse a mesma oportunidade, Akash pediu que Norbert levasse sua fllha à escola missionária Cristã, e começou a suspeitar quando seu pedido foi recusado. “A dúvida se criou na minha mente quando Norbert continuou a me evitar”, disse Akash.

Akash começou a investigar a questão e logo descobriu a enorme quantidade de famílias que enviaram seus filhos com homens, incluindo Norbert, que depois ficavam sabendo que eram traficantes. Com a ajuda de um parceiro de ministério do ICC, Akash organizou o resgate das primeiras doze crianças em julho de 2012. Mais crianças foram resgatadas em outubro de 2012, seguidas por mais de 100 desde janeiro de 2013.

COMO ISTO ACONTECE

Como Cristãs, elas e suas famílias são uma minoria marginalizada em um país que é mais de 90% muçulmano. Como minorias, os cristãos encontram dificuldades para trabalhar e também para obter educação de qualidade. Eles são, muitas vezes, impedidos de utilizar alguns bens comunitários de suas vilas. Como resultado, muitos deles, especificamente o povo Tripura, são extremamente pobres e desesperados para melhorar sua vida e de seus filhos. Isto, por sua vez, os deixa vulneráveis a traficantes como Norbert.

Relatos da Fundação Kapaeeng e parceiros da ICC em Bangladesh indicam que pode haver 138 crianças de Rangamati, 42 de Banderban e seis de Khagrachari que ainda estão perdidas. “Nós achamos que elas são também vendidas para madrassas e estamos procurando por elas”, disse Akash. “É meu sonho que todas as crianças sejam resgatadas e recebam melhor educação, para que elas possam andar com seus próprios pés”.

A International Christian Concern é uma organização de direitos humanos sediada em Washington D.C. que existe para ajudar Cristãos perseguidos ao redor do mundo. A ICC provê conscientização, defesa e assistência para a Igreja perseguida no mundo.

 

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FONTE: RELIGION TODAY
TRADUÇÃO: JORGE ALBERTO

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