Cristãos iraquianos continuam detidos pelo Estado Islâmico

Dez fugitivos idosos descrevem a vida sob o comando do Estado Islâmico

Refugees

Grupo de filhos de refugiados após sua chegada em Kirkuk (World Watch Monitor)

 

Mais notícias surgiram sobre a situação dos cristãos que ainda estão detidos por militantes do Estado Islâmico depois que dez cristãos idosos, alguns com deficiência, terem conseguido escapar. O grupo formado por oito homens e duas mulheres, foi "expulso" por militantes porque se recusaram a se converterem ao Islã.

Eles passaram dois dias viajando e chegaram em Kirkuk no dia 7 de janeiro, uma área agora sob o controle das forças curdas Peshmerga, depois de terem sido forçados a deixarem a residência temporária em Mosul.

O grupo tinha vivido em Mosul, a segunda maior cidade do Iraque, há quase três meses após militantes do Estado Islâmico terem  os forçado a deixarem a casa de repouso em Qaraqosh no dia 24 de outubro, segundo informações de uma freira, cujo nome não será divulgado para a segurança dela.

Teresa disse que vários cristãos estão detidos contra a sua vontade em toda a região, que a igreja está tentando negociar sua libertação e já pagou ao Estado Islâmico para libertá-los: "entre eles está uma menina de 3 anos de idade, que Estado Isâmico exigiu milhares de dólares para liberar." Ela estima que cerca de 40 cristãos de Qaraqosh, Bartella e Karamles ainda estão detidos em um lar de idosos em Mosul.

"Quando estávamos no Qaraqosh, o Estado Isâmico estava acostumado a nos bater todos os dias com as suas armas ou as mãos", disse um dos homens idosos à Teresa. "Eles nos deram pouca comida. Quando fomos levados para Mosul, fomos detidos em uma sala com outras pessoas".

Ele continuou: "Um dia, um membro da EI veio e chamou alguns de nossos nomes e disse: 'Levantem-se, vamos chamá-los em breve!' Nós pensamos que eles iriam nos matar, mas depois levaram-nos e perguntamos a eles 'Quando vocês vao nos deixar? Um dos membros do EI respondeu: Não, sem resgate'".

"Eles tinham jogado-nos para fora de nossas aldeias e nossas casas, para que eles pudessem ocupá-las e, depois, fomos todos agrupados em uma residência em Mosul. Conseguimos sobreviver graças à ajuda de algumas famílias muçulmanas que nos trouxeram comida e o que precisávamos. Então, em algum momento, os do Califado nos disseram que poderíamos ficar lá só se nos convertêssemos ao Islã. Recusei. Se você quiser, envie-me embora", disse um dos anciãos à Agência Fides.

De acordo com Ankawa, uma agência de notícias assíria, o grupo teve que esperar antes de ser autorizado a entrar na região curda, porque todas as estradas foram fechadas entre Mosul e Kirkuk.

O grupo chegou no dia 6 de janeiro a Alkhaled checkpoint, uma linha de contato entre as forças curdas Peshmerga e Estado Islâmico, antes de ser concedida a aprovação oficial para entrar. Após a entrada, foram transferidos para a Diocese caldeus.

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FONTE: World Watch Monitor
TRADUÇÃO: Fernando Souza l ANAJURE

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